A Pré-COP30 terminou na última terça-feira (14), em Brasília, com o mapeamento dos principais pontos de convergência e divergência entre os 67 países participantes. O encontro preparatório, que antecede a Conferência do Clima marcada para novembro em Belém, não gerou novos compromissos formais, mas consolidou entendimentos que servirão de base para as negociações na chamada “COP da Amazônia”.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, avaliou que a reunião foi decisiva para identificar os limites e prioridades de cada delegação. Segundo ele, há cerca de 140 temas oficiais nas negociações climáticas, sendo pouco mais de 20 considerados centrais. “Conseguimos alguns pré-consensos, sem confirmação de que já sejam consensos, mas com um mapa muito mais claro das possibilidades”, afirmou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que os debates sobre clima e natureza avançaram no sentido de buscar novos instrumentos de financiamento para a conservação de florestas e oceanos. Ela ressaltou que os eventos climáticos extremos exigem respostas conjuntas entre países e regiões, especialmente na Amazônia, onde incêndios e inundações não respeitam fronteiras.
A Pré-COP30 terminou na última terça-feira (14), em Brasília, com o mapeamento dos principais pontos de convergência e divergência entre os 67 países participantes. pic.twitter.com/Pdzlm6SzB0
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) October 15, 2025
Entre as propostas em destaque está o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, idealizado pelo Brasil em parceria com Colômbia, Noruega, Reino Unido, França e Emirados Árabes Unidos. Com previsão de aporte inicial de US$ 125 bilhões, o fundo pretende remunerar a preservação de biomas tropicais e destinar 20% dos recursos diretamente a comunidades indígenas e tradicionais.
Organizações da sociedade civil, no entanto, alertaram para a falta de foco nas florestas durante as negociações. Para o Greenpeace, o tema deveria ocupar posição central na COP30, já que o evento ocorrerá na maior floresta tropical do planeta. Especialistas também cobraram que o novo fundo receba adesões concretas e garanta recursos compatíveis com o papel das soluções baseadas na natureza na redução de emissões.
Atualmente, apenas 62 dos 195 países signatários do Acordo de Paris apresentaram novas metas climáticas, cobrindo 31% das emissões globais. A expectativa do Itamaraty é que, até a abertura da COP30, novas contribuições sejam formalizadas, consolidando a conferência de Belém como um marco de implementação e resultados concretos para a agenda climática internacional.
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