Povos indígenas recebem guia eleitoral em suas línguas tradicionais para eleições - Estado do Pará Online

Povos indígenas recebem guia eleitoral em suas línguas tradicionais para eleições

Os guias foram desenvolvidos de forma didática, oferecendo informações cruciais para que os povos indígenas possam compreender o processo eleitoral em sua língua tradicional, tanto por escrito quanto em vídeos.

os cinco guias
Reprodução Agência Pará

Na tarde desta sexta-feira (19), durante as atividades da Semana dos Povos Indígenas no Hangar, foi lançado o Projeto “Guia Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade faz parte do Projeto Exercendo a Cidadania”. O objetivo principal deste projeto é elaborar e lançar, em 2024, cinco Guias Bilíngues de línguas indígenas faladas no Estado do Pará.

As línguas contempladas são:

I. A língua Mebêngokrê, pertence ao tronco linguístico Jê.

II. A língua Munduruku, pertence ao tronco linguístico Tupi.

III. A língua Nheengatu, pertence ao tronco linguístico Tupi.

IV. As línguas Wai-Wai, pertence ao tronco linguístico Karib.

V. A língua Tenetehar, pertence ao tronco linguístico Tupi.

Estes guias foram desenvolvidos de forma didática, oferecendo informações cruciais para que os povos indígenas possam compreender o processo eleitoral em sua língua tradicional, tanto por escrito quanto em vídeos. Os conteúdos abordam noções básicas sobre o voto, campanha eleitoral, o dia das eleições e a segurança da votação eletrônica.

A Universidade do Estado do Pará é uma parceira fundamental do projeto, através da Pró-Reitoria de Graduação – Núcleo de Formação Indígena. As professoras Eliete de Jesus Bararuá Solano, Prof. Dra. Antonia Zelina Negrão de Oliveira e Prof. Ma. Edilene Furtado da Costa foram indicadas para oferecer assessoramento linguístico. Além disso, o TRE do Pará contratou intérpretes indígenas, falantes das línguas em questão, para atuarem como tradutores. A Secretaria dos Povos Indígenas também firmou parceria na interlocução com as lideranças indígenas e a FUNAI.

Atualmente, o artigo 42, VI, da Resolução TSE nº. 23.659/2021 e o Sistema ELO (cadastro de eleitores) permitem a identificação das pessoas como indígenas, bem como a declaração de sua etnia e língua indígena praticada, de forma exclusiva ou concomitante com o português – uma informação autodeclaratória que representa um avanço nos direitos indígenas do país.

Este lançamento representa um passo importante para garantir a participação consciente e efetiva dos povos indígenas nas eleições brasileiras, promovendo assim a inclusão e representatividade dessas comunidades.

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