A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar ameaças contra a subestação de energia elétrica de Marituba, na região metropolitana de Belém. O caso veio à tona após funcionários da Belém Transmissora de Energia relatarem que um homem, que se disse membro do Comando Vermelho (CV), os abordou exigindo a paralisação imediata das obras de reforço e expansão no local.
O episódio ocorreu no último dia 30 de outubro, e a denúncia foi encaminhada pela empresa ao Ministério de Minas e Energia (MME). Além de pedir a suspensão das obras, o suspeito teria ordenado que as atividades operacionais da subestação fossem interrompidas diariamente a partir das 15h.
Em ofício ao MME, a empresa alertou para o risco à segurança dos trabalhadores e ao fornecimento de energia, classificando o caso como uma ameaça a uma infraestrutura crítica do Sistema Interligado Nacional. Segundo a transmissora, qualquer obstáculo ao acesso de técnicos pode comprometer o abastecimento elétrico da região metropolitana de Belém.
A gravidade do caso levou o ministro Alexandre Silveira a solicitar apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e do governo do Pará. Em documento enviado ao ministro Ricardo Lewandowski, Silveira pediu que a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) reforcem o monitoramento de instalações estratégicas, especialmente com a proximidade da COP30, que será realizada em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro.
Em nota, a Polícia Federal confirmou que o inquérito foi instaurado em 4 de novembro, em ação conjunta com as polícias Civil e Militar do Pará, para identificar o autor das ameaças e apurar se há de fato vínculo com alguma facção criminosa.
O MME, também por meio de nota, informou que todas as medidas de segurança e contingência já foram adotadas, assegurando que o sistema elétrico segue operando normalmente e com atenção especial às instalações da Região Norte.
A Belém Transmissora de Energia, controlada pelo grupo Verene, declarou que suas operações permanecem normais e preferiu não comentar a investigação.
A tensão ocorre em meio à operação de segurança da COP30, que já conta com o apoio das Forças Armadas. Conforme o Decreto nº 704, publicado em 3 de novembro, Aeronáutica, Exército e Marinha atuarão em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nas cidades de Belém, Altamira e Tucuruí, protegendo inclusive infraestruturas críticas do setor energético.












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