Durante a última edição da Convenção de Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Estado do Pará (COMIEADEPA), realizada em Ananindeua, o pastor Osiel Gomes, do Maranhão, usou seu tempo de fala para fazer um duro apelo às lideranças da igreja: “abandonem a política”. O recado, segundo o próprio pastor, seria uma orientação divina contra as alianças partidárias que têm marcado a atuação da liderança evangélica na região.
Osiel não é o primeiro a levantar críticas sobre o envolvimento político da denominação no estado. Em eventos passados, o pastor Aldery Nelson Rocha também se posicionou contra a politização da igreja e chegou a ser agredido fisicamente após sua pregação. A COMIEADEPA chegou a reconhecer o episódio como lamentável, enviando posteriormente uma comitiva para se retratar com o líder agredido.
A convenção tem enfrentado ainda outros episódios de crise institucional, como o recente escândalo envolvendo o ex-presidente Riter Marques, que renunciou ao cargo após a divulgação de um vídeo íntimo atribuído a ele. O material, que circulou em redes sociais e aplicativos de mensagens, mostrava uma videochamada de conteúdo sexual. O caso abalou a imagem da liderança e acelerou a saída de Riter do comando da convenção.
A eleição do novo presidente, pastor Océlio Nauar de Araújo, gerou expectativas por uma renovação na gestão da COMIEADEPA, mas até o momento a influência política segue forte. Parlamentares e representantes partidários continuam tendo presença ativa nas ações da igreja em âmbito estadual, levantando questionamentos sobre a real separação entre fé e interesses institucionais.
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