Pará tem quatro das 10 cidades menos desenvolvidas do Brasil segundo IFDM 2025

Relatório aponta desigualdade regional e destaca Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Melgaço e Curralinho entre os municípios em situação crítica.

O mais recente levantamento do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2025, divulgado nesta semana, revelou um cenário preocupante: quatro das 10 cidades menos desenvolvidas do Brasil estão localizadas no Pará. O ranking é liderado por Ipixuna, no Amazonas, com índice de apenas 0,1485 numa escala que vai de 0 a 1 — valor considerado de desenvolvimento crítico.

As cidades paraenses que figuram entre as últimas posições do índice são:

  • Oeiras do Pará – 0,2143
  • Limoeiro do Ajuru – 0,2420
  • Melgaço – 0,2429
  • Curralinho – 0,243

O levantamento evidencia as persistentes desigualdades regionais no Brasil, com predominância de municípios das regiões Norte e Nordeste entre os piores colocados. A média nacional do IFDM ficou em 0,6067, reforçando o abismo entre os centros urbanos mais desenvolvidos e os municípios em situação crítica.

O que é o IFDM?

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal avalia, com base em dados oficiais entre 2013 e 2023, três áreas essenciais: Emprego & Renda, Saúde e Educação. O objetivo é medir a qualidade de vida e o grau de desenvolvimento dos municípios brasileiros.

Principais problemas nas cidades menos desenvolvidas do Brasil

Nos municípios com os piores índices, a realidade é alarmante:

  • Saúde precária: média de apenas 1 médico para cada 2 mil habitantes, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o dobro dessa proporção.
  • Educação deficiente: falta de professores qualificados e infraestrutura escolar inadequada.
  • Economia frágil: forte dependência de recursos públicos e baixa diversificação econômica.

Impacto direto na população

O relatório aponta que 249 municípios brasileiros estão em situação crítica de desenvolvimento, afetando mais de 60 milhões de pessoas — cerca de 26,7% da população. Nessas localidades, doenças ligadas à falta de saneamento são até 20 vezes mais frequentes que nas cidades com melhores índices.

Urgência por políticas públicas

O relatório da Firjan reforça a necessidade urgente de políticas públicas específicas para reduzir a desigualdade regional, com foco em saúde, educação básica e geração de emprego. A presença maciça de cidades paraenses na lista reforça os desafios estruturais enfrentados pelo estado, especialmente em áreas isoladas e de difícil acesso.

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