Pará sedia evento internacional que fortalece a rede de Bancos de Leite Humano

O Banco de Leite da Santa Casa é referência, na região Norte, pelo trabalho de excelência no apoio à amamentação e no cuidado com os recém-nascidos.

O Pará é palco, nesta terça (6) e quarta-feira (7), do Fórum Mundial de Bancos de Leite Humano e Mudanças Climáticas, evento internacional que reúne representantes de diversos países em Belém com o objetivo de fortalecer a rede de bancos de leite humano e garantir o acesso ao alimento mais completo, nutritivo e sustentável que existe para os recém-nascidos: o leite materno.

Com o tema “O que podemos fazer a mais? Reflexões sobre vivências no enfrentamento às emergências sanitárias”, o fórum busca promover o intercâmbio de experiências da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), com ênfase especial nas situações provocadas por mudanças climáticas. A programação inclui a definição de diretrizes para ações futuras, a criação de um grupo de trabalho voltado à atuação dos bancos de leite na Pan-Amazônia e a apresentação oficial do slogan do Dia Mundial de Doação de Leite Humano – 2025, que será comemorado em 19 de maio.

“É uma honra para o Pará sediar um evento internacional que fortalece a rede de Bancos de Leite Humano. É uma oportunidade de destacar a importância do Banco de Leite da Santa Casa, referência na região Norte pelo trabalho de excelência no apoio à amamentação e no cuidado com os recém-nascidos. Investir nessa rede é garantir saúde, proteção e qualidade de vida para os bebês e suas famílias”, afirma Ivete Gadelha Vaz, titular da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

A diretora técnico-operacional da Fundação Santa Casa, Maria Alves Belém, reforça a relevância do leite materno: “É um alimento padrão ouro, que salva vidas, previne infecções, favorece o desenvolvimento do QI e reduz doenças crônicas. Os benefícios ultrapassam a infância e refletem por toda a vida”.

Referência nacional, o Banco de Leite Humano da Santa Casa do Pará foi criado em 1987 e atua com apoio clínico à amamentação, coleta, processamento e distribuição de leite humano com rigoroso controle de qualidade. Em 2024, já foram coletados 3,1 mil litros e distribuídos 2,5 mil, com apoio do projeto “Bombeiros da Vida”. No primeiro trimestre de 2025, os números alcançaram 646 litros coletados e 529 distribuídos.

Cynara Souza, coordenadora do Banco de Leite, destaca a importância da doação segura: “Todo o leite passa por um monitoramento rigoroso e é distribuído conforme a necessidade clínica de cada criança, promovendo crescimento e proteção à saúde infantil e materna”.

O evento ocorre meses antes de Belém sediar outro compromisso internacional: a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro. “Assim como a COP propõe soluções globais para a crise climática, o fórum promove ações concretas pela vida e pelo bem-estar das futuras gerações”, enfatiza a diretora Maria Alves Belém.

Histórias como a de Glauciene, moradora de Parauapebas e mãe de Abner, mostram o impacto direto do trabalho realizado. “Outra mãe me ajudou doando leite para meu filho. Sou muito grata. Sempre incentivo as mães a doarem, porque é uma forma de salvar vidas e apoiar outras famílias”, compartilha emocionada.

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