Enquanto um vídeo antigo circula nas redes sociais com a falsa informação de que o Partido Liberal (PL) já teria oficializado apoio à pré-candidatura de Daniel Santos (PSB) ao governo do Pará, Deyje Vilaça, presidente municipal do PL em Belém e assessor do deputado federal Éder Mauro (PL), negou qualquer definição oficial para 2026. Em entrevista exclusiva à reportagem do Estado do Pará Online (EPOL), Deyje confirmou que o vídeo é de 2024, gravado durante a convenção municipal do PL em Ananindeua, e que está sendo utilizado fora de contexto para criar uma falsa narrativa.
“Naquele momento, nosso apoio foi para Daniel como candidato a prefeito de Ananindeua, nas eleições municipais de 2024. Qualquer especulação sobre 2026 ainda está em avaliação”, esclareceu o dirigente. Segundo ele, o PL ainda estuda o cenário político e pode lançar o próprio nome ao governo do Estado, com Éder Mauro sendo considerado para a disputa ao Executivo ou ao Senado. “Se ele ou Rogério Barra subirem, eu sou o candidato do delegado Éder Mauro para deputado estadual”, revelou Deyje.
Além de desmentir a informação, o assessor reiterou que a base bolsonarista permanece insatisfeita com a ausência de posicionamento da deputada federal Alessandra Haber (MDB) sobre o projeto de anistia aos investigados nos atos de 8 de janeiro. “Sabemos que ela é esposa do Dr. Daniel e situações precisam ser ajustadas para uma possível conjuntura futura. Ou você é Brasil ou você é Cuba!”, afirmou.
O mal-estar interno já havia vindo à tona em declarações públicas de líderes locais, como o radialista Nildo Magalhães Jr, que chegou a convocar a base bolsonarista de Ananindeua a pressionar Daniel Santos e sua esposa para firmarem posição a favor da anistia. O gesto, considerado essencial para garantir o apoio do PL a Daniel, ainda não ocorreu, e, segundo Deyje, pode ser determinante para qualquer articulação futura.
Em 2024, Daniel Santos causou surpresa ao apoiar candidaturas do PL em Belém e Santarém, mesmo sendo filiado ao PSB, partido de centro-esquerda. Já em 2025, assumiu a presidência estadual do PSB, ao mesmo tempo em que intensifica diálogos com lideranças da direita, como o prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), numa possível tentativa de viabilizar seu nome para o governo estadual em 2026.
Embora as movimentações indiquem uma estratégia para ampliar apoios, a entrevista exclusiva ao EPOL revela que, até o momento, o PL não selou qualquer aliança com Daniel. A circulação do vídeo descontextualizado mostra que, nas redes, a disputa eleitoral já começou — com manipulações que exigem atenção dos eleitores e apuração responsável da imprensa.
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