Operação Imperium Fictum: fazendeiro preso pela PF é acusado de assassinato e crimes ambientais no Pará

Debs Antônio Rosa, apontado como líder de organização criminosa no Vale do Xingu, é alvo de mandado de prisão e tem fazendas bloqueadas pela Justiça.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (21), a Operação Imperium Fictum — expressão em latim que significa “governo falso” — com o objetivo de desarticular uma organização criminosa com atuação no agronegócio da região amazônica. Foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão preventiva, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do Pará.

Entre os alvos está o fazendeiro Debs Antônio Rosa, preso em Imperatriz, no Maranhão. Apontado como líder do grupo, Debs integraria uma organização criminosa composta por membros de sua própria família e sustentada por uma robusta estrutura financeira. A Justiça determinou o bloqueio de duas fazendas ligadas ao investigado, localizadas em Vitória do Xingu e Senador José Porfírio, ambas no sudoeste paraense.

Debs tem um histórico criminal marcado por acusações de sequestro, assassinato e formação de quadrilha. Em 2015, foi condenado como mandante do homicídio de um trabalhador rural. Ainda assim, manteve forte influência na política e no agronegócio regional, promovendo festas de colheita com shows sertanejos, como um evento na Fazenda Talismã com a dupla Bruno & Barreto.

O fazendeiro também é suspeito de envolvimento na morte do empresário Wagner Carlos Santana Milhomem, assassinado em 2012, no Tocantins. Debs é irmão de Fraudneis Fiomare Rosa, ex-prefeito de Araguaína (TO).

A operação expõe a ligação entre crimes ambientais, violência no campo e estruturas de poder consolidadas na Amazônia, onde interesses econômicos e políticos se sobrepõem à justiça e aos direitos humanos. A investigação segue em andamento.

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