Kellen Thaynara Nascimento de Abreu, de 26 anos, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (17) após ter desaparecido durante um passeio de lancha na região da ilha do Combu, em Belém. A jovem desapareceu na noite da última segunda-feira (16). Seu corpo foi localizado boiando na baía do Guajará por volta das 8h30, quando um homem que praticava canoagem avistou o cadáver e acionou imediatamente as autoridades. O Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros foi chamado para realizar a remoção do corpo e encaminhá-lo à Polícia Científica.
Kellen atuava como consultora de veículos automotivos no bairro do Telégrafo, era mãe de um menino de dois anos, chamado João Lucas. De acordo com relatos, a vítima foi convidada por um amigo para o passeio de lancha, que contava com cerca de seis pessoas a bordo. Durante a noite, por volta das 20h, a embarcação parou em um restaurante na Ilha do Combu. Kellen chegou a fazer uma transmissão ao vivo no Instagram, encerrando-a por volta das 20h50. Em seguida, ela informou que iria dar um mergulho e não foi mais vista.
Após perceberem seu desaparecimento, os outros ocupantes da lancha iniciaram buscas sem sucesso. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados para ajudar nas buscas. Todos os passageiros da lancha foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos e foram liberados posteriormente.
O corpo de Kellen foi encontrado próximo a uma área conhecida como “Prainha do Combu”. A Polícia Civil está investigando as circunstâncias do caso e já coletou depoimentos dos ocupantes da lancha, que confirmaram que estavam consumindo bebidas alcoólicas durante o passeio. O condutor da embarcação também foi ouvido e submetido a teste de alcoolemia.
Kellen era moradora do bairro do Icuí, em Ananindeua, trabalhava como consultora de vendas e organizava a festa de aniversário da mãe, que seria celebrada no próximo dia 26 de dezembro. Ela deixou um filho de 2 anos e 6 meses.
O corpo da jovem foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) às 16h desta terça-feira (17). O velório de Kellen ocorrerá nesta terça-feira (17), na avenida Rio Solimões, Quadra 80, número 24, no bairro Paar. A tragédia ocorre quatro anos após a morte de Yasmin Macêdo, que também desapareceu em um passeio de lancha no mesmo rio.
Relatos de familiares
Pedro Carvalho, amigo e ex-cunhado de Kellen, descreveu o caso como um crime de assassinato, ressaltando que existem controvérsias entre as testemunhas que estavam na lancha durante o passeio, com contradições nos horários relatados. Ele afirmou que Kellen foi convidada para o passeio por um amigo, cuja amizade ele desconhece.
Elizabeth Nascimento, mãe de Kellen, de 26 anos, revelou que teve seu último contato com a filha na tarde de segunda-feira (16), quando Kellen informava que estava em um passeio de lancha com amigos e que não demoraria a voltar. Na madrugada de terça-feira (17), Elizabeth soube do desaparecimento da jovem e ficou alarmada ao saber que o corpo dela ainda não havia sido encontrado.
Segundo o pai da vítima, que optou por não se identificar, a equipe médica afirmou que a causa da morte foi “100% afogamento” e que não foram identificados hematomas no corpo.
Rosiane Fima, de 38 anos, cunhada de Kellen Thaynara, de 26 anos, em entrevista ao EPOL, revelou detalhes sobre o reconhecimento do corpo da jovem no Instituto Médico Legal (IML). Ela informou que o médico que examinou o corpo informou que a causa preliminar da morte foi afogamento, mas reforçou que um laudo conclusivo será divulgado apenas após 30 dias, com os resultados dos exames complementares.
“Fizemos o reconhecimento agora do corpo, e o médico atestou que foi afogamento. Mas ele não pode confirmar mais detalhes neste momento. Só com os exames será possível determinar se houve uso de drogas, bebida alcoólica ou até violência sexual”, explicou Rosiane.
Atualizações da polícia
De acordo com o delegado Silvio Garcia, titular da Seccional do Guamá, os relatos iniciais foram colhidos junto às pessoas que estavam presentes na lancha no momento do desaparecimento. Todas as informações obtidas até agora serão repassadas à Delegacia de Homicídios, que ficará responsável pela apuração dos fatos. Ele também informou que os perfis do dono da lancha, que não foi oficialmente identificado, desapareceram.
“Os parentes e amigos da moça informaram que o dono da lancha apagou estranhamente as redes sociais. Eu ainda não fui verificar a situação. Mas, mesmo que ele tenha apagado, o celular dela (Kellen Taynara) está com a polícia. Ele disse que seguia ela (nas redes sociais)”, detalhou Silvio Garcia.
Ainda segundo o delegado, os depoimentos apresentados pelas testemunhas são, até o momento, semelhantes. No entanto, ele destaca que, conforme o andamento das investigações, as pessoas envolvidas serão convocadas novamente para prestar novos esclarecimentos. O objetivo é identificar possíveis pontos de divergência nos relatos, o que pode fornecer pistas adicionais sobre as circunstâncias da morte de Kellen Thaynara.
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