A recente mudança na identidade visual da Prefeitura de Belém, apresentada neste sábado (4), provocou controvérsias. O sol da nova logo foi comparado por internautas à bandeira do Japão imperialista, associada às atrocidades cometidas pelo país durante a Segunda Guerra Mundial. Internautas entraram em contato com a equipe do Estado do Pará Online (EPOL) para chamar atenção sobre a semelhança, levantando questionamentos sobre sensibilidade histórica e simbologia. O fato também foi notado por internautas.
Menos de uma semana após a posse do prefeito Igor Normando (MDB), a Prefeitura de Belém divulgou a nova identidade visual com uma estética moderna e minimalista. No entanto, o desenho escolhido para o sol, com raios emanando do centro, rapidamente chamou atenção por sua semelhança com a bandeira do sol nascente, utilizada pelo Japão imperialista durante o período de ocupação militar na Ásia.
A bandeira do sol nascente, distinta da bandeira nacional do Japão, é um símbolo militar que carrega memórias dolorosas para vítimas da ocupação japonesa em países como Coreia do Sul, China e Filipinas. Durante a Segunda Guerra Mundial, o símbolo foi associado a crimes de guerra, incluindo trabalhos forçados e exploração sexual de mulheres em bordéis militares.
Críticos apontam que o uso de elementos visuais associados a simbologias controversas pode gerar desconforto internacional, especialmente em um ano em que Belém se prepara para sediar a COP 30. A conferência internacional, marcada para novembro, atrairá delegações de diversos países, incluindo aqueles diretamente afetados pelos crimes de guerra japoneses.
A polêmica também reacende a discussão sobre a preservação de símbolos históricos locais e o cuidado com a criação de novos elementos que representem o município. Belém, conhecida por sua rica história e identidade cultural, precisa balancear modernidade com respeito às sensibilidades históricas e culturais de um cenário globalizado.
O EPOL entrou em contato com os envolvidos, porém ainda não houve pronunciamento oficial da Prefeitura sobre as críticas à nova logomarca. Especialistas em design e história reforçam a importância de consultas prévias com estudiosos antes da adoção de elementos visuais que representarão a cidade.
A situação destaca a necessidade de maior empatia e consciência política no ocidente em relação aos símbolos que carregam memórias traumáticas para outras regiões do mundo. Além de evitar gafes históricas, tais cuidados promovem respeito e diplomacia, valores indispensáveis em tempos de cooperação internacional.
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