MTST relata indícios de tortura e execução à queima-roupa na fazenda Mutamba, em Marabá

A nota, assinada por sete associações, incluindo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), expressa indignação com a situação e destaca a violência enfrentada pelos trabalhadores rurais.

Movimentos sociais publicaram, nesta segunda-feira (14), uma nota coletiva denunciando a morte, tentativa de assassinato e tortura de trabalhadores rurais durante uma operação da Polícia Civil do Pará na última sexta-feira (11), em Marabá, sudeste do Estado. A operação, chamada “Fortis Status”, foi realizada na fazenda Mutamba, que está ocupada por famílias sem-terra, resultando na morte de dois homens, identificados como Adão Rodrigues de Sousa e Edson Silva e Silva, além de feridos e quatro prisões.

A nota, assinada por sete associações, incluindo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), expressa indignação com a situação e destaca a violência enfrentada pelos trabalhadores rurais. A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Marabá (Deca), informou que as duas mortes ocorreram após “confronto com a polícia”. As quatro pessoas detidas são suspeitas de associação criminosa e porte ilegal de armas.

A área da fazenda em disputa abrange 12.229 hectares e cinco alqueires, ocupada por aproximadamente 200 famílias sem-terra da Associação Rural Terra Prometida. A disputa pela terra tem sido marcada por tensões jurídicas e conflitos, sendo que, em março deste ano, o juiz da Vara Agrária Regional, Amarildo José Mazutti, contestou um recurso da Defensoria Pública que apontava omissão no cumprimento da função social da terra. O juiz rejeitou o recurso, alegando que não havia omissão ou obscuridade na decisão.

Entretanto, em maio, uma reviravolta ocorreu quando o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ordem de reintegração de posse, gerando novas expectativas e tensões na comunidade.

Os movimentos sociais exigem justiça e a proteção dos direitos dos trabalhadores rurais, que enfrentam cada vez mais a violência em conflitos agrários. A situação continua a ser monitorada, enquanto a comunidade clama por respostas e a garantia de seus direitos.

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