MPF investiga falhas estruturais e problemas de água e alimentação na Aldeia COP durante a COP30 - Estado do Pará Online

MPF investiga falhas estruturais e problemas de água e alimentação na Aldeia COP durante a COP30

Inspeção identificou desabamento parcial em prédio da UFPA e problemas no atendimento aos 3 mil indígenas hospedados

O Ministério Público Federal abriu uma apuração sobre as condições de hospedagem, abastecimento de água, alimentação e segurança estrutural na Aldeia COP, instalada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará para receber cerca de 3 mil indígenas durante a COP30.

A investigação foi instaurada na última quarta-feira (19), com base no relatório de inspeção realizado no dia 15, que reuniu relatos de lideranças indígenas e avaliou as instalações do espaço. O documento destaca um incidente ocorrido no dia 17, quando fortes chuvas provocaram acúmulo de água no topo do edifício e causaram o desabamento parcial de uma estrutura lateral do prédio A1 da Escola de Aplicação.

Segundo o MPF, serão enviados ofícios aos órgãos responsáveis para informar quais providências foram adotadas após o desabamento e quais medidas estão sendo planejadas para corrigir as falhas observadas. O objetivo é garantir segurança imediata aos hospedados e sanar problemas como a insuficiência de banheiros, que tem gerado longas filas e sobrecarga nas instalações sanitárias.

Lideranças relataram falta recorrente de água, inclusive para banho, principalmente no período da manhã. No dia da vistoria, o abastecimento foi interrompido às 5h, voltou brevemente e foi novamente suspenso às 8h, reforçando o diagnóstico de instabilidade no fornecimento.

A alimentação também motivou queixas, com filas descritas como gigantes para café da manhã e demais refeições, o que levou participantes a perder atividades da conferência. O relatório registrou que a área de copa e cozinha estava extremamente quente, operando com apenas quatro funcionários para atender a demanda.

A Aldeia COP foi construída pelo Ministério dos Povos Indígenas em parceria com a UFPA, a Secretaria Estadual de Povos Indígenas e organizações do movimento indígena. Embora o espaço conte, segundo o MPI, com 72 mil metros quadrados, 60 salas climatizadas, refeitório, serviço médico e complexo de artes, a inspeção apontou fragilidades que vêm comprometendo o funcionamento e a permanência dos indígenas durante o evento.

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