A pilhagem dos recursos naturais da Amazônia continua em ritmo alarmante, com ações criminosas que devastam o meio ambiente e promovem enriquecimento ilícito. Em um caso recente, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou seis pessoas acusadas de integrarem uma organização criminosa especializada na extração ilegal de cobre em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará. De acordo com as investigações, realizadas pela Polícia Federal, o grupo movimentou mais de R$ 1 milhão em apenas sete meses com a venda clandestina do minério, entre 2018 e 2020, deixando um rastro de destruição ambiental e impactos econômicos para a região.
A organização mantinha suas operações em uma fazenda utilizada como base para a exploração do cobre, onde realizavam a extração ilegal e negociavam o minério no mercado clandestino. A investigação teve início em janeiro de 2020, quando uma das integrantes foi presa em flagrante em um garimpo irregular na propriedade. Durante a operação, foram apreendidos explosivos, equipamentos de mineração, caminhões e uma grande quantidade de cobre já extraído. Materiais de construção, documentos e um celular também foram recolhidos, permitindo à Polícia Federal desvendar a estrutura detalhada da organização.
A denúncia aponta para crimes como usurpação de bens da União, extração ilegal de recursos minerais, posse de explosivos sem autorização, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A análise dos dados coletados revelou movimentações financeiras que ultrapassam R$ 95 milhões no período investigado. Parte desse montante foi destinada a familiares dos acusados, incluindo menores de idade, numa estratégia para dificultar o rastreamento e mascarar a origem ilícita dos recursos.
O caso reforça o cenário de exploração predatória na Amazônia, onde a riqueza natural da região é constantemente ameaçada por ações criminosas que beneficiam poucos à custa de danos irreversíveis ao meio ambiente e à sociedade. A denúncia do MPF busca responsabilizar os envolvidos e frear a escalada de crimes ambientais que se proliferam em áreas de grande vulnerabilidade como o sudeste do Pará.
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