Ministro aciona Justiça contra diárias abusivas de R$ 15 mil no hotel Tivoli durante a COP 30 em Belém - Estado do Pará Online

Ministro aciona Justiça contra diárias abusivas de R$ 15 mil no hotel Tivoli durante a COP 30 em Belém

Ministro da Casa Civil Rui Costa critica valores abusivos e aciona a Justiça contra rede hoteleira durante conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

Os preços cobrados pela rede Tivoli Hotels & Resorts em Belém durante a COP30 geraram forte reação do governo federal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), anunciou que ingressará na Justiça contra os valores considerados abusivos de hospedagem, após tentativas frustradas de diálogo com a rede hoteleira. A conferência climática da ONU será realizada na capital paraense em novembro de 2025.

Segundo resposta enviada pelo Tivoli à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), as diárias médias durante o evento alcançam R$ 15 mil, considerando todas as categorias de hospedagem — da executiva até a suíte presidencial. “É normal, em qualquer lugar do mundo, que haja aumento temporário de preços em grandes eventos. Mas não dessa forma, dez, vinte vezes acima do padrão internacional. Isso não faz sentido. É quase como tentar impedir que Belém e o Pará recebam a COP30”, afirmou Rui Costa em coletiva nesta quarta-feira (24).

Fora do período da conferência, os valores são bem menores. Em consulta feita ao site oficial do hotel, a diária do quarto Deluxe King Room varia entre R$ 1.000 nos dias úteis e R$ 2.500 nos finais de semana, em outubro deste ano. Já em nota à imprensa, o Tivoli informou que, para essa categoria, a média de preços durante a COP será de R$ 8.000 por noite.

O hotel, inaugurado em 2024 no antigo prédio da Receita Federal — cedido pelo Governo do Pará ao Grupo Roma, vencedor da licitação com previsão de investimento de R$ 20 milhões via crédito do Fundo Gestor do Turismo, ligado ao Ministério do Turismo — passou a operar sob a bandeira da rede Tivoli posteriormente.

Em defesa, o empreendimento afirmou que as tarifas seguem “práticas usuais do setor de hospitalidade em eventos globais” e refletem fatores como alta demanda, custos de segurança, logística e o perfil do público, que inclui chefes de Estado e delegações internacionais. Ainda segundo o comunicado, a rede diz estar aberta ao diálogo e que respondeu prontamente aos questionamentos do governo.

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