Na noite desta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o programa “Mais Professores”, que busca atrair jovens para cursos de licenciatura e suprir o déficit histórico de docentes no Brasil. O estado do Pará, uma das regiões mais afetadas pela falta de educadores qualificados, é um dos principais alvos do projeto.
O programa “Mais Professores” prevê a concessão de bolsas mensais de R$ 1.050 para estudantes matriculados em cursos de licenciatura, além de uma poupança adicional de R$ 350, que será disponibilizada para resgate após o ingresso na rede pública de ensino. A proposta também contempla incentivos para a realização de pós-graduação lato sensu com bolsas de até R$ 2,1 mil durante dois anos. Segundo o presidente, a iniciativa tem como objetivo não apenas atrair novos profissionais, mas também reforçar a formação acadêmica e continuada dos educadores.

Dados do Ministério da Educação (MEC) indicam que o Brasil enfrenta uma escassez crítica de professores, principalmente nas disciplinas de matemática e ciências/biologia, com lacunas de 57% e 68%, respectivamente. Essa deficiência é ainda mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, onde 33% das docências na educação básica são exercidas por profissionais sem a formação adequada. O estado do Pará está entre os locais mais impactados, principalmente em áreas rurais e comunidades ribeirinhas, onde a falta de professores qualificados é um desafio constante.
O programa é inspirado no ‘Mais Médicos’ e busca criar condições para que o jovem escolha a carreira docente, especialmente em regiões que mais precisam. Para viabilizar o “Mais Professores”, o governo federal pretende investir R$ 1,7 bilhão até 2026, além de implementar uma plataforma nacional de formação continuada para professores em exercício e estabelecer parcerias com a iniciativa privada.
No Pará, a adoção do programa pode ser uma oportunidade significativa para mitigar as dificuldades enfrentadas por municípios como Melgaço, que apresenta um dos índices mais críticos de qualidade educacional do país, 0,418 segundo o último levantamento do IBGE. Problemas como falta de estrutura, atraso no pagamento de professores e interferências políticas contribuem para a precariedade do ensino na região.
Espera-se que, ao priorizar estados com altos índices de desigualdade educacional, o “Mais Professores” atue como um marco no fortalecimento da educação básica, trazendo impactos de longo prazo para o desenvolvimento social e econômico do Pará e de todo o Brasil.
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