Lideranças se unem para romper ciclo de violência contra mulheres no Pará - Estado do Pará Online

Lideranças se unem para romper ciclo de violência contra mulheres no Pará

Encontro reuniu órgãos públicos, comunidade e especialistas para reforçar articulação territorial e garantir respostas mais rápidas às vítimas de violência.

Divulgação / MPPA

A reunião que lotou o auditório das Promotorias de Justiça de Santarém, na última sexta-feira, teve um foco explícito: aproximar lideranças comunitárias da rede que atua no enfrentamento à violência contra a mulher e fortalecer quem vive na ponta, especialmente nas áreas mais distantes da cidade.

A condução ficou a cargo da Coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres da prefeitura, Noemi Moraes, que estimulou as lideranças a assumirem papel ativo na mobilização social. O encontro fez parte da campanha 21 dias de ativismo contra a violência doméstica e buscou integrar serviços que, juntos, ajudam a romper o ciclo de agressões.

Entre as vozes mais aguardadas estava a da promotora de Justiça Silvana Nascimento, titular da 6ª Promotoria de Violência Doméstica. Ela reforçou que a saída da violência depende de uma ação articulada que ultrapassa o campo jurídico. “Nós temos o aluguel social, que ela pode ser inserida por um determinado tempo, até conseguir se estabelecer. Temos cursos de qualificação que o Centro Mária do Pará faz… Então, a rede de proteção à mulher é para que tudo isso seja atendido”, afirmou.

A promotora lembrou ainda que a independência econômica e o apoio institucional são fundamentais para que a mulher visualize alternativas concretas. A rede inclui desde medidas protetivas até encaminhamentos ao mercado de trabalho, passando pelo Abrigo de Mulheres para quem não tem onde ficar.

A participação das lideranças comunitárias, segundo Silvana, é decisiva para que a vítima reconheça a violência e saiba onde pedir ajuda. “A partir do momento que você conhece os seus direitos, identifica a situação e sabe a quem recorrer, você tem mais possibilidade de sair do círculo da violência… Porque não é um dever só da liderança, é um dever de cada um de nós fazer essa proteção quando chegar no nosso alcance”, concluiu.

Representantes da Polícia Militar, Centro Maria do Pará, Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, Secretaria Municipal de Educação, Tribunal de Justiça, OAB Santarém, Fundação ParáPaz, Câmara Municipal de Santarém e lideranças de diversas comunidades participaram do encontro, que reforçou a necessidade de integração contínua.

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