Indígenas tembé liberam a BR-316 após protesto pela educação estadual

A comunidade reivindica a contratação de professores e funcionários de apoio para as escolas indígenas, além da construção, reforma e ampliação das unidades escolares

Reprodução. Indígena tembé protestando na BR-316

Indígenas tembé bloquearam, nesta terça-feira (26), a BR-316, no quilômetro 216, na Vila Pitoró, em Santa Luzia do Pará, próximo à entrada da PA-352, que dá acesso ao município de Capitão Poço.

A manifestação foi realizada em protesto para reivindicar melhorias nas escolas, pagamento de professores, apoio educacional e fornecimento de merenda escolar. O bloqueio causou longas filas de veículos na rodovia, tanto no sentido Belém-São Luís quanto no sentido São Luís-Belém.

A via foi liberada às 18h desta quarta-feira (27).

Reivindicações antigas

O EPOL conversou com Kokoixumti Tembé jathiati, uma das liderança indígenas que explicou que a comunidade reivindica a contratação de professores e funcionários de apoio para as escolas indígenas, além da construção, reforma e ampliação das unidades escolares, demandas feitas ao governo estadual há mais de oito anos.

Já fizemos várias reuniões com o governo, com o secretário e a secretária de educação, e nada foi resolvido. Eles nos deram prazos de 15 dias, um mês, dois meses, e até agora nenhuma contratação foi feita. Nem mesmo as orientações do Ministério Público Federal para atender às demandas foram cumpridas.

Protestos sem resposta

Ontem (26), os indígenas realizaram um protesto inicial, mas não obtiveram retorno do governo estadual. Por isso, decidiram intensificar a manifestação nesta quarta-feira.

Os manifestantes exigem uma posição concreta da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e acusam o governo de descaso com a educação indígena. Segundo eles, sem professores e infraestrutura adequada, as comunidades enfrentam graves dificuldades para garantir o direito básico à educação.

O bloqueio da BR-316 é uma medida extrema para chamar a atenção das autoridades, e os indígenas destacam que, enquanto não houver diálogo ou soluções, a mobilização será mantida. A situação tem gerado transtornos para motoristas, que aguardam uma resolução para retomar o tráfego na via.

A Secretaria de Educação do Estado ainda não se pronunciou sobre o caso.

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