Moradores de São Sebastião da Boa Vista, no arquipélago do Marajó, e de Cametá, no Baixo Tocantins, enfrentam uma grave situação ambiental e de saúde pública por causa de incêndios em lixões das duas cidades. As chamas consomem resíduos e provocam uma densa fumaça que cobre amplas áreas urbanas, dificultando a respiração e preocupando os moradores.
Moradores de São Sebastião da Boa Vista, no arquipélago do Marajó, e de Cametá, no Baixo Tocantins, enfrentam uma grave situação ambiental e de saúde pública por causa de incêndios em lixões das duas cidades. As chamas consomem resíduos e provocam uma densa fumaça. pic.twitter.com/mp11VXrGxY
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) October 16, 2025
Em São Sebastião da Boa Vista, o fogo teve início no último domingo (12) e já dura quatro dias, sem que as chamas tenham sido totalmente controladas. De acordo com relatos, a prefeitura instalou uma bomba d’água e uma tubulação no local, mas as medidas não surtiram efeito. Apenas um servidor, identificado como Renato, estaria atuando no combate ao fogo — sem equipamentos de proteção individual (EPIs) nem treinamento adequado.
“O Renato é um guerreiro, está lá sozinho tentando apagar o fogo, sem luvas, sem máscara, arriscando a própria vida. A fumaça está insuportável, as crianças estão tossindo e ninguém da prefeitura faz nada”, disse uma moradora em vídeo divulgado nas redes sociais.
A população afirma que o incêndio ameaça atingir a área da COAB, e muitos moradores passaram a jogar água por conta própria para tentar impedir o avanço das chamas. Em uma das gravações, um senhor chega a fazer um apelo emocionado:
“Pelo amor de Deus, alguém precisa ajudar a gente! Estamos sufocados com essa fumaça, ninguém aguenta mais.”
A Prefeitura de São Sebastião da Boa Vista informou que os focos de incêndio começaram após a queima irregular de fogos sobre o lixão, fato que estaria sendo investigado pela polícia. A gestão diz que equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente continuam no local tentando conter o fogo.
Já em Cametá, o incêndio começou na noite da última quarta-feira (15) e se espalhou rapidamente por uma área de aproximadamente 16 hectares. Durante o dia, já haviam sido registrados pequenos focos, mas as chamas se intensificaram com o tempo seco e o vento forte. A última chuva registrada na cidade foi no dia 10 de agosto.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Municipal atuaram para conter o fogo, que gerou uma espessa nuvem de fumaça sobre vários bairros. Moradores relataram dificuldade para respirar, especialmente entre crianças e idosos.
“A gente não consegue dormir direito, o cheiro é muito forte. Está parecendo neblina de tanta fumaça. É um descaso total”, contou um internauta nas redes sociais.
As prefeituras dos dois municípios afirmam que seguem trabalhando para controlar os incêndios e minimizar os impactos à população. No entanto, os moradores cobram respostas mais efetivas e apoio emergencial de órgãos estaduais e federais, como o Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado e o Corpo de Bombeiros do Pará.
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