O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou nesta quinta-feira (2) que deseja que a COP 30, que será realizada em Belém em novembro de 2025, seja um marco na implementação de ações concretas no combate às mudanças climáticas. Ele destacou que, ao contrário de edições anteriores realizadas nos Emirados Árabes e no Azerbaijão, esta conferência deverá transformar negociações em resultados práticos, reforçando o papel do Brasil como liderança global no tema ambiental.
A declaração foi feita em meio a um cenário preocupante de aumento das queimadas no Brasil, com mais de 278 mil focos registrados em 2024, o segundo maior número desde 2010. Barbalho enfatizou que a COP 30 deve ser “a COP da implementação”, avançando nas metas definidas pelo Acordo de Paris, assinado há uma década, e que será revisado durante o evento em Belém.
O governador ressaltou a importância simbólica de sediar a conferência em um local como a Amazônia, especialmente após duas edições realizadas em países produtores de combustíveis fósseis. Ele destacou a urgência de combater ilegalidades ambientais, como desmatamentos e queimadas, mas frisou que isso deve ser acompanhado por soluções que promovam desenvolvimento sustentável e empregos verdes, conciliando desafios sociais e ambientais.
Barbalho também defendeu que nações desenvolvidas assumam maior responsabilidade financeira no apoio aos países em desenvolvimento, como forma de mitigar desequilíbrios climáticos. Ele apontou o mercado de carbono como uma oportunidade para o Brasil rentabilizar a proteção da Amazônia, permitindo a venda de créditos para indústrias poluentes que ainda dependem de combustíveis fósseis.
O governador informou que Belém está comprometida em cumprir o cronograma de obras para receber as comitivas internacionais. Entre as melhorias previstas estão investimentos em saneamento básico, mobilidade urbana, ampliação da estrutura hoteleira e revitalização de parques públicos, somando R$ 5 bilhões em investimentos públicos e privados. Ele também evitou comentar possíveis dificuldades decorrentes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, considerando seu histórico de retirada do país do Acordo de Paris.
Segundo Barbalho, a COP 30 será uma oportunidade para reforçar o protagonismo do Brasil na agenda climática global, destacando o potencial da Amazônia como exemplo de conservação e desenvolvimento sustentável.
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