"Helder Barbalho é uma farsa", protesta indígena durante assinatura de contrato com mineradora na COP30 - Estado do Pará Online

“Helder Barbalho é uma farsa”, protesta indígena durante assinatura de contrato com mineradora na COP30

Durante o primeiro dia da conferência, mulher indígena denunciou novo projeto de mineração no Pará, classificando-o como uma ameaça aos territórios tradicionais e à vida dos povos originários.

Uma indígena interrompeu a cerimônia de assinatura de um acordo entre o governador do Pará, Helder Barbalho, e a empresa Hydro, realizada nesta segunda-feira (10), primeiro dia da COP30, no Parque da Cidade, em Belém. Em meio ao evento, que celebrava novos investimentos no estado, a mulher fez uma denúncia contundente contra o avanço da mineração em terras indígenas.

Com o microfone em mãos, ela afirmou que o novo empreendimento representa “mais um projeto para destruir nossas vidas e nosso território”. Em tom de protesto, completou que se trata de “mais um projeto que derrota as terras indígenas no estado do Pará”, ecoando preocupações recorrentes sobre o impacto socioambiental da mineração em áreas sensíveis da Amazônia.

O protesto aconteceu enquanto o governador e representantes da Hydro destacavam o acordo como uma iniciativa voltada à transição energética e sustentabilidade industrial. No entanto, organizações indígenas e socioambientais apontam que projetos ligados ao setor mineral frequentemente agravam conflitos fundiários, ampliam o desmatamento e colocam em risco recursos hídricos e modos de vida tradicionais.

A denúncia da indígena reforça o histórico de tensões entre comunidades locais e empreendimentos extrativos no Pará, um dos estados com maior número de pedidos de lavra próximos a territórios indígenas. Em 2023, dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) mostraram mais de 3 mil requerimentos ativos de exploração na região Norte.

Embora o governo do Pará e a Hydro defendam que o acordo busca alinhar-se às metas de descarbonização e desenvolvimento sustentável, lideranças indígenas pedem transparência e participação efetiva nas decisões que impactam seus territórios.

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