Guia dos EUA põe maniçoba na lista de ‘piores comidas brasileiras’ e revolta chef paraense: ‘não acrescenta em nada’

Chefs reagem a avaliação que ignora a riqueza da culinária brasileira e promove debates sobre identidade cultural.

Um guia gastronômico dos Estados Unidos provocou uma onda de indignação entre chefs brasileiros ao incluir a maniçoba na lista das piores comidas do Brasil. A iguaria, típica do Pará, que combina folhas de mandioca brava com carnes suínas e bovinas, foi avaliada com nota 3,6, ocupando a 16ª posição no ranking.

Em entrevista ao jornal O Globo, o chef Thiago Castanho, conhecido por promover a culinária paraense, criticou a avaliação e destacou a complexidade do prato, que exige tempo e cuidado para eliminar o ácido cianídrico da mandioca: “A maniçoba é um símbolo da nossa cultura e tradição, não acrescentar nada a esta discussão é desmerecer toda uma riqueza culinária”, afirmou.

A lista gerou debates acalorados sobre a apreciação da culinária brasileira e o papel do nacionalismo nas avaliações. O sistema de classificação, segundo o guia, utiliza algoritmos que filtram opiniões de usuários reconhecidos, desconsiderando avaliações de robôs ou de viés nacionalista. Isso pode explicar por que pratos como o X-Tudo foram superados por outras iguarias menos populares, como galinhada e pato no tucupi, que obtiveram nota 3,9.

Além da maniçoba, outros pratos tradicionais brasileiros receberam notas igualmente baixas. O cuscuz paulista lidera a lista com apenas 2,8, seguido por arroz com pequi (3,1) e acém (3,1). A situação gerou um clamor entre chefs e amantes da gastronomia, que defendem a riqueza e diversidade da culinária brasileira.

A polêmica em torno do guia reacendeu discussões sobre identidade cultural e a relevância de valorizar pratos que, apesar de menos conhecidos internacionalmente, têm grande importância local. A valorização da gastronomia regional é essencial para preservar a história e os costumes do Brasil, segundo especialistas.

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