Grupos protestam contra a construção da Avenida Liberdade

O ato marca o início da Semana Municipal de Lutas em Defesa do Meio Ambiente, organizada pelo Fórum Socioambiental Metropolitano de Belém, e prossegue até o dia 9 de novembro.

Na manhã desta terça-feira (6), representantes de comunidades, estudantes e movimentos sociais se reuniram em frente à Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para protestar contra as obras da Avenida Liberdade, que está devastando uma área verde para viabilizar a construção.

O ato marca o início da Semana Municipal de Lutas em Defesa do Meio Ambiente, organizada pelo Fórum Socioambiental Metropolitano de Belém, e prossegue até o dia 9 de novembro. A mobilização foi organizada após uma reunião com o grupo Guardiões e Amigos de Parques Ecológicos (GAPE), que integra o Fórum.

Avenida Liberdade: Impacto sobre a população quilombola

A construção da Avenida Liberdade, planejada para ser uma nova via expressa na Região Metropolitana de Belém, enfrenta críticas ambientais apontadas por especialistas. A obra foi temporariamente paralisada após uma Ação Popular movida por comunidades tradicionais, que exigiam medidas compensatórias pelos impactos ambientais causados. A obra, no entanto, seguiu mesmo com a resistência das comunidades.

Em 2021, moradores do quilombo do Abacatal já haviam protestado para exigir consulta prévia sobre o projeto do governo estadual, que afeta diretamente a comunidade. O documentário “Quilombo do Abacatal: Liberdade para quem?”, vencedor do 16º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, documenta a realidade enfrentada pelos quilombolas residentes próximos à obra.

Medidas compensatórias

Após a última paralisação, no dia 20 de outubro, a comunidade se reuniu com representantes do governo, que se comprometeram a fornecer compensações coletivas, incluindo uma quadra de esportes, uma ponte, creches, um posto de saúde e água encanada para a comunidade. Apesar da liberação do bloqueio, apenas as obras da avenida foram retomadas, e, segundo lideranças locais, a comunidade ainda aguarda retorno efetivo.

As obras, que avançam rapidamente, utilizam a técnica de correntes de arrasto, proibida desde 2013 pela portaria Nº 179 do ICMBio em áreas de preservação ambiental.

O Estado do Pará Online (EPOL) tentou contato diversas vezes com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e com a Secretaria de Obras Públicas (SEOP), mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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