Governo federal contratará dois navios de cruzeiro para hospedar delegações da COP-30 em Belém

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, os navios escolhidos são o Costa Diadema, com capacidade para mais de 4.500 hóspedes, e o MSC Seaview, que pode receber mais de 5.000 passageiros.

Foto ilustrativa

O governo federal encaminhou a contratação de dois navios de cruzeiro para abrigar as delegações internacionais que participarão da COP-30 (Conferência do Clima da ONU), programada para novembro deste ano, em Belém (PA). A medida visa ampliar a capacidade de hospedagem da capital paraense durante o evento, que é considerado o maior já organizado pelas Nações Unidas no mundo atualmente.

Os navios Costa Diadema (com capacidade para mais de 4.500 hóspedes) e MSC Seaview (que acomoda mais de 5.000 passageiros) foram os escolhidos, segundo fontes ligadas às negociações. Embora o processo de contratação ainda esteja em curso, o acerto já foi fechado e imagens das embarcações foram apresentadas a representantes de 103 embaixadas estrangeiras durante reunião em Brasília.

Durante a apresentação, o secretário extraordinário para a COP-30, Valter Correia, explicou que os navios estarão disponíveis no período de 5 a 22 de novembro, abrangendo desde a véspera da cúpula de líderes até o dia seguinte ao término da conferência.

“Quero tranquilizar a todos e todas que teremos uma infraestrutura adequada para a COP. É o maior evento hoje da ONU no mundo. Estamos construindo uma infraestrutura para dar condições a todos estarem nessas negociações e fazermos uma das melhores COPs da história das COPs”, afirmou Valter Correia.

Além dos transatlânticos, o governo disponibilizará mais 400 quartos na Vila de Líderes para receber comitivas oficiais. A organização também contará com a rede hoteleira da cidade, além da oferta de casas e apartamentos para hospedagem alternativa. A estimativa é de que o evento exija cerca de 32 mil leitos em Belém.

Para viabilizar a recepção dos navios, o terminal hidroviário de Belém terá sua área duplicada, funcionando como ponto de embarque e desembarque dos hóspedes. As embarcações ficarão atracadas no porto de Outeiro, que passará por adaptações para comportar esse tipo de estrutura.

Valter Correia também pediu que os países enviem ao Brasil apenas as pessoas diretamente envolvidas nas negociações, minimizando as delegações excedentes:

“Temos que fazer uma sensibilização para as delegações fazerem um esforço de diminuir a participação overflow [excedente] e trazer uma delegação de negociadores”, pontuou.

O secretário foi enfático ao afirmar que a conferência “não é um momento festivo, é de tensão”. Segundo ele, é fundamental que a COP-30 avance em compromissos concretos, especialmente no financiamento climático.

“Temos que sair com acordos e projeto de médio e longo prazo de um financiamento [ambiental] que não deu certo ainda de US$ 1,3 trilhão. Com todo esforço, em Baku, na COP29, conseguimos chegar a US$ 300 bilhões”, explicou.

Os gargalos de infraestrutura em Belém são hoje uma das maiores preocupações do governo federal. O Governo do Pará estima investimentos entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões em obras voltadas à COP, incluindo projetos de drenagem, requalificação urbana, mobilidade e melhorias nos canais da capital.

A realização da COP-30 na Amazônia é considerada estratégica para posicionar o Brasil como liderança nas negociações ambientais globais, além de colocar a floresta amazônica no centro das soluções climáticas que serão discutidas.

Com informações de Folha de São Paulo

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