No terceiro e último dia das programações do GT de Redução do Risco de Desastres do G20 Brasil, realizado no Hangar, em Belém, a Reunião Ministerial destacou importantes anúncios e discussões sobre a Declaração Ministerial. Um dos momentos de maior relevância foi a leitura da Carta que será apresentada no Rio de Janeiro em novembro, onde foram ressaltados compromissos essenciais para enfrentar os desafios globais relacionados a desastres.
A vice-governadora Hana Ghassan Tuma abriu a reunião, enfatizando a necessidade de garantir o conforto e a segurança das famílias em situações de risco. “É importante ressaltarmos o valor da prevenção. Todos nós sabemos a importância de termos uma resposta rápida aos desastres. Aqui, destaco o trabalho incansável dos membros da Defesa Civil e dos militares, que prontamente desenvolvem suas missões de salvamento. Contudo, a nossa postura diante do desastre não pode se restringir apenas ao resgate. Se focarmos apenas nisso, estaremos lutando uma guerra sem fim”, afirmou.
A vice-governadora ressaltou a necessidade de um trabalho de previsão e prevenção, envolvendo cientistas capazes de mapear os pontos de atenção para que os governos possam atuar de maneira preventiva, reduzindo a vulnerabilidade das pessoas e das propriedades.
“Precisamos retirar das áreas de risco antes que o desastre as atinja e assegurar o remanejamento para locais seguros. Para isso, precisamos repensar a infraestrutura das cidades. O desafio enfrentado pelo setor público é a construção de uma infraestrutura urbana robusta o suficiente para suportar esses eventos. Temos que pensar em sistemas de drenagem mais eficientes e garantir que a população tenha moradia digna em locais seguros”, acrescentou, citando o programa “Minha Casa, Minha Vida” como uma das iniciativas em desenvolvimento pelo Ministério das Cidades.
O Ministro Waldez Goes também se dirigiu aos participantes, afirmando que as medidas discutidas aumentam a capacidade de adaptação, fortalecem a resiliência e reduzem a vulnerabilidade às mudanças climáticas. Ele destacou que no Brasil cerca de 10 milhões de pessoas vivem em áreas de risco elevado, uma realidade que se assemelha à de muitos países representados no evento.
“Sem incluir essas populações, que estão em maior situação de vulnerabilidade, em nossas estratégias, não seremos eficazes na promoção da redução de risco. O combate às desigualdades para a redução da vulnerabilidade deve estar no centro do debate”, ressaltou.
Durante a reunião, o ministro fez a leitura da Carta que será apresentada no Rio de Janeiro em novembro, destacando alguns pontos principais:
Reconhecimento da forte sinergia entre o marco do Sendai e a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, destacando a importância de avançar nas recomendações da Declaração Política A-RES-77-289-2 sobre as prioridades de redução de riscos oriundas da Presidência da Índia no G20.
Apoio à iniciativa da Presidência do Brasil no G20 de colocar o combate às desigualdades no centro da agenda do grupo de trabalho de redução de riscos aos desastres, promovendo o engajamento inclusivo da sociedade e uma abordagem multissetorial.
Importância de sistemas de alerta precoce, infraestrutura resiliente, financiamento para a redução de risco de desastres e soluções baseadas na natureza, garantindo esforços de recuperação, reabilitação e reconstrução abrangentes, sem deixar ninguém para trás.
Na carta foram apresentadas 19 propostas, o ministro também enfatizou a necessidade de mobilizar recursos financeiros, incluindo investimentos do setor privado, para apoiar a redução de riscos e destacou a importância de mecanismos de financiamento e assistência técnica financeira. Ele concluiu que, ao se comprometer a promover fases de recuperação, reabilitação e reconstrução acessíveis, é fundamental integrar medidas de redução de riscos de desastres na reestruturação da infraestrutura física e dos sistemas sociais, revitalizando economias e ambientes de forma sustentável.
Com essas discussões e propostas, o evento busca institucionalizar métodos inclusivos de pesquisa e desenvolvimento, aumentar o financiamento e promover um engajamento abrangente da sociedade, visando enfrentar os desafios crescentes dos desastres e construir um futuro mais seguro e resiliente para todos.
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