No próximo domingo (06), os eleitores brasileiros aptos a votar elegerão os futuros prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Dados do Observatório de Informações Municipais indicam que em 2020 foram eleitos no Brasil 5.568 Prefeitos. Em média cada Prefeito eleito concorreu com mais 2,475 que não se elegeram. Nas regiões essa relação é mais elevada no Norte (3,093) e no Sudeste (2,862). Na região Centro-oeste a relação também é mais elevada que a da média nacional: 2,545. Nas regiões Nordeste (2,231) e Sul (2,040) a média regional fica abaixo da nacional.
TSE registra queda no número de candidatos para as eleições de 2024
A uma semana das eleições de 2024, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam uma diminuição no número de candidatos em comparação ao pleito de 2020. Este ano, 463 mil pessoas se registraram para concorrer aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, uma queda significativa em relação ao último ciclo eleitoral.
Para as 5.569 prefeituras espalhadas pelo país, 15.573 candidatos estão na disputa, bem abaixo dos 18.416 registrados em 2020. A concorrência para o cargo de vice-prefeito também segue essa tendência de redução, com 15.812 postulantes, número inferior ao das últimas eleições.
O cenário se repete nas câmaras municipais. Em 2024, mais de 431 mil candidatos disputam uma das 58 mil cadeiras disponíveis, enquanto em 2020 esse número foi de quase 481 mil. A redução reflete uma mudança no perfil eleitoral, apontando possíveis desafios para o cenário político municipal no país.
A busca pelos votos dos indecisos
Para o cientista político Jefferson Galvão, os eleitores indecisos giram em torno de 10% e podem ser decisivos para definir se a eleição será decidida no primeiro ou segundo turno em Belém, por exemplo. “Em eleições polarizadas, sagra-se vencedor aquele que conseguir atrair a maioria desse eleitorado”, afirma Galvão.
“Os indecisos são os eleitores menos engajados, exigindo estratégias específicas para atraí-los. Diferente dos eleitores cristalizados, os indecisos, em sua maioria, tendem a ser movidos por aspectos subjetivos, como expectativa de vitória, quem inspira confiança, no carisma do candidato e proximidade com problemas do dia a dia. Por isso, a última semana de campanha deve focar não somente em reafirmar propostas, mas em reforçar a sensação de segurança e estabilidade que o candidato pode oferecer. Movimentos erráticos, debates tensos ou a falta de clareza em propostas-chave podem afugentar esse eleitorado.
Já para as eleições de vereadores, o quadro de indecisos é ainda mais acentuado, com estimativas de até 50% do eleitorado ainda sem definição sobre seu voto. Nesse caso, a pulverização de candidaturas torna o ambiente eleitoral mais difuso, e a decisão dos eleitores tende a ser tomada nos últimos dias, baseando-se em uma combinação de reconhecimento de nome, afinidade com o trabalho comunitário, e estratégias de apelo emocional. Candidatos a vereador com maior presença em ações de bairro, associações ou atividades voltadas para as bases, têm uma leve vantagem nesse ponto, mas o voto dos indecisos é amplamente influenciável.
Dessa forma, campanhas que, até este momento, conseguiram atrair de forma efetiva esses eleitores “flutuantes” podem obter uma virada estratégica na última semana. O foco em comunicação direta, mobilização em massa, e reforço de laços com lideranças comunitárias são formas de criar proximidade e empatia, direcionando esses votos ainda em aberto. As ações pragmáticas também ganham relevância nessa terra final, sendo uma das estratégias efetivas para atrair esses eleitores. Ainda assim, 30% dos eleitores decidirão em quem votar para vereador no caminho do local de votação no dia 06 de outubro”, conclui Jefferson Galvão, o qual prestou consultorias para diversas candidaturas e partidos políticos nestas eleições.
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