Exonerado servidor citado em inquérito sobre a Fraude no INSS; Guilherme Serrano era presidente do instituro durante gestão Bolsonaro

Guilherme Serrano, ex-presidente do INSS, foi dispensado na últina quinta-feira (8) do cargo no Ministério da Previdência; ele é citado em investigação, mas não é formalmente investigado.

Divulgação / Agência Brasil

Em meio ao escândalo envolvendo descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, o Ministério da Previdência decidiu exonerar um dos nomes que aparecem em documentos da Polícia Federal relacionados ao caso. A decisão surge dias após a demissão do então ministro Carlos Lupi e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

O Ministério da Previdência Social exonerou, na última quinta-feira (8), Guilherme Serrano do cargo de coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e ocorre em meio ao aprofundamento das investigações sobre fraudes em descontos previdenciários.

Mesmo não sendo alvo direto do inquérito da Polícia Federal, Serrano é citado em documentos que apontam um “potencial conflito de interesses” envolvendo sua atuação quando presidiu o INSS, entre abril de 2022 e janeiro de 2023, no governo de Jair Bolsonaro. Ele também foi responsável por assinar acordos com entidades que estão sendo investigadas no esquema.

Investigadores apontam que o nome de Serrano aparece em atas de assembleias que autorizaram a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) a firmar acordos com o INSS, possibilitando descontos associativos diretamente na folha de pagamento de beneficiários. A medida é apontada como facilitadora para o crescimento da fraude.

Embora o Ministério da Previdência não tenha informado o motivo da dispensa, a decisão ocorre após uma série de exonerações provocadas pela operação “Sem Desconto”, deflagrada em 23 de abril. A operação revelou o envolvimento de servidores públicos em um esquema de liberação indevida de descontos em benefícios previdenciários.

Autoridades federais afirmam que houve pagamento de propina a servidores em troca de dados e autorizações em massa para filiações e descontos não consentidos. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a PF identificaram beneficiários que foram filiados a múltiplas associações no mesmo dia, sem autorização individual.

Desde o início das investigações, o governo federal vem promovendo mudanças na estrutura do INSS e do Ministério da Previdência. Com a exoneração de Serrano, mais um nome ligado à antiga gestão deixa o quadro técnico, enquanto o Executivo tenta conter os danos à imagem do sistema previdenciário.

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