O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), candidato à reeleição em Belém, confirmou que o presidente Lula (PT), apesar de seu apoio, não deve visitar a cidade durante a campanha eleitoral deste ano. A decisão visa evitar “constrangimentos” com o governador Helder Barbalho (MDB), que lançou seu primo na disputa pela administração municipal.
O governador Helder Barbalho apoia o deputado estadual Igor Normando, ex-secretário estadual de Cidadania até julho deste ano, e busca também o apoio de Lula. Inicialmente, o presidente tentou resolver impasses em alguns palanques municipais, mas com a aproximação do pleito, deve manter-se neutro onde não foi possível superar as resistências.
“O governador decidiu lançar o primo inexperiente para constranger o Lula em certa medida. A minha relação com Lula e o PT não é de hoje. Ele vai estar aqui no momento certo, não quero constrangê-lo porque sei que precisa do apoio do MDB [no Congresso]”, afirmou Edmilson em entrevista ao site CartaCapita.
No período pré-eleitoral, líderes do PT consideraram apoiar a candidatura do clã Barbalho devido aos altos índices de rejeição do prefeito. Contudo, prevaleceu o entendimento de que a reeleição de Rodrigues seria a melhor estratégia para derrotar o bolsonarismo, representado pelo deputado federal Éder Mauro (PL).
“Quero o apoio do Lula porque trabalho pela sua reeleição e porque temos que combater o fascismo, defender a soberania nacional. Temos que defender uma política de inversão de prioridades, de combate à miséria, à fome, que são coisas inadmissíveis. É isso que me move”, acrescentou o político.
Rejeição de Edmilson
Uma pesquisa divulgada pelo Paraná Pesquisas em julho mostra que Éder Mauro lidera a corrida pela administração municipal com mais de 30% das intenções de voto. Normando e Rodrigues estão tecnicamente empatados na segunda e terceira colocação, respectivamente. A pesquisa também indica que 56% dos eleitores não votariam em Rodrigues para um segundo mandato.
“Máfia do Lixo”
O prefeito atribui sua baixa popularidade, em parte, à crise da coleta de lixo na cidade. Rodrigues afirmou que enfrentou a “máfia do lixo”, composta por agentes do Estado e empresas contrárias à instalação de um novo sistema de limpeza urbana. Ele alega que esses grupos tentaram inviabilizar a licitação com fins políticos. A resposta do prefeito foi a formação de um novo contrato para a coleta e tratamento de resíduos sólidos no município.
Olhos nas eleições de Belém
A disputa em Belém é acompanhada de perto pelo Palácio do Planalto, especialmente porque a capital paraense sediará a COP30 no próximo ano. O evento, a maior cúpula das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, é visto pelo presidente Lula como uma oportunidade para destacar a Amazônia e o compromisso do governo com o meio ambiente.
Com informações de CartaCapital
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