Direção do PSOL não aceita críticas nem do próprio PSOL, que teme que Edmilson não seja reeleito

VAGA EM DISPUTA

Com mais da metade do terceiro mandato do prefeito Edmilson Rodrigues em Belém, a decepção e reprovação popular gera uma reação dentro dos partidos que lhe dão sustentação. Mesmo que na Câmara Municipal, com os vereadores fazendo vista grossa para o show de horrores que ocorre nas mais diversas secretarias e autarquias da gestão municipal, dentro dos partidos, os postulantes ao cargo de prefeito estão saltitantes, difundindo seus nomes para a disputa eleitoral em 2024.

ELEIÇÃO FORJADA

Se para se eleger prefeito em 2020, diante de uma disputa acirradíssima, Edmilson foi pro segundo turno com o delegado Eguchi, um semidesconhecido dos eleitores de Belém e para quem quase perde no primeiro turno, restando aceitar as condições impostas pelo governador Helder Barbalho (MDB), que reuniu quase todos os partidos de sua base e salvou Edmilson da derrota, em um fatídico segundo turno, onde acabou eleito com uma diferença de apenas 3,52%.

DEPENDÊNCIA

Essa dependência faz com que Edmilson tenha que distribuir asfalto e obras para a maioria dos vereadores de Belém. Mesmo assim nada disso tem impedido que diversos nomes venham surgindo com o interesse de lhe tirar do poder através do voto.

DENTRO DE CASA

Como deputado federal pelo PSOL, Edmilson conseguiu um papel de destaque na política brasileira, prometendo uma gestão progressista e voltada para as demandas populares de Belém. No entanto, sua volta à administração da prefeitura de Belém, ele tem sido alvo de críticas, especialmente por parte de membros do seu próprio partido.

Os contestadores destacam questões que vão desde a forma com que o alcaide trata os servidores públicos municipais, que até hoje esperam pela equiparação de seus vencimentos com o salário mínimo, até às divergências sobre a efetividade das políticas adotadas até aqui, restando menos de um ano para a campanha eleitoral.

QUEIMADO

Com uma das marcas do PSOL é a defesa da participação popular nas decisões políticas. Críticos do PSOL e da esquerda alegaram que a gestão de Edmilson Rodrigues falhou em manter um canal de diálogo eficaz com a população e os trabalhadores que a atende, sobretudo em garantir que suas demandas sejam ouvidas e consideradas na formulação de políticas públicas que deveriam nortear as ações das secretarias municipais e gerar o bem estar da população, mas é justamente o contrário que as pesquisas detectam e por isso, segundo os últimos levantamentos realizados, Edmilson é o prefeito detentor de um dos maiores índices de reprovação e rejeição, chegando a impressionante marca: De cada 10 eleitores de Belém, 08 reprovam o atual prefeito.

DE COSTAS PARA O PARTIDO

Para piorar, Edmilson se agarra ao nome e possibilidades de suporte político e financeiro do governo federal e estadual, leia-se Lula e Helder, e ignora as vozes do seu próprio partido, que em Congresso para escolher os novos dirigentes municipais e estaduais cobram a presença do líder maior da legenda nas reuniões que ocorrem pelos oito distritos de Belém. Leia em As contradições de Edmilson e a dependência de Lula e Helder para sua reeleição.

FOGO AMIGO

Como as plenárias do PSOL são realizadas em todo os estados, em uma dessas reuniões, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse que caso seja eleito, o pré-candidato a prefeito de SP não pode fazer o que está sendo feito em Belém, por Edmilson, que tem uma das piores avaliações do país. A fala repercutiu no país e caiu como uma bomba atômica na arrogante direção estadual do partido, que tratou de devolver o ataque à deputada, imputando a mesma acusações de que ela defendeu Sérgio Moro e não defendeu Dilma contra o impeachment, em uma nota assinada pelos que fazem parte do grupo interno do prefeito.

Nada disso tira o foco e a razão da deputada paulista, que mesmo vindo dizer depois que sua fala foi tirada de contexto, revelou ao resto do país, o que não é novidade e nem mentira: Edmilson tem uma das maiores reprovações populares entre os prefeitos das capitais brasileiras, sendo que Belém é a única capital administrada – pessimamente – pelo PSOL.

AGRESSOR NA RETAGUARDA

Seu grupo interno no PSOL, a “Primavera Socialista” escalou para essas reuniões internas, o troglodita que atende pelo nome de Stefani Henrique, famoso por ter sido do PT no tempo em que Edmilson também era e ter deixado o partido para evitar ser expulso, indo para a Rede Sustentabilidade, onde em um conflito com a Secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal e seu namorado, o publicitário e ex-socialista, Chico Cavalvante, acabou sendo afastado, restando apenas o PSOL e a prefeitura de Belém para sua sustentação política e financeira. Leia em: Afastado da REDE e da SECULT, ex-petista detona Ursula Vidal e esvazia seu partido

Desde então, Stefani passou a ser uma espécie de “cão de guarda” de Edmilson, sobretudo para tentar impedir que o prefeito seja criticado em eventos públicos, tendo chegado ao cúmulo da intolerância e agressividade ao até jogado no chão e pisado no celular de uma senhora, que em um ato cidadão filmava o prefeito em uma inauguração e fez um comentário, pelo qual foi penitenciada com a brutalidade que os stalinistas aplicam contra seus críticos. Assista em: Segurança de Edmilson Rodrigues agride mulher no Ver-o-Rio.

Assista o vídeo de uma plenária do PSOL em Mosqueiro, onde o dirigente do PSOL, Douglas Diniz, que também faz duras críticas e denúncias sobre o governo de seu partido, bem como do transporte de militantes do PSOL para o evento. Como o Congresso do PSOL elege os novos dirigentes partidários, podemos dizer que o transporte de eleitores corre solto, com dinheiro sabe-se lá de onde e de quem.

Em outro vídeo, o sindicalista Rayme Sousa pergunta quem votaria em Edmilson caso as eleições fossem hoje e a maioria dos filiados presentes na plenária do PSOL fica calada. Ele também denuncia o abandono dos órgãos municipais e os acordos feitos pelos que comandam a prefeitura de Belém, assim como levanta questionamentos sobre uma possível permissão para que uma refinaria de ouro se instale na capital paraense.

No final, a cereja do bolo: “Quem roubou o remo foi ele”, acusou um militante do PSOL em referência a um assessor do gabinete da prefeitura, famoso por suas estripulias e processos por ilegalidades. Leia em: Acusado pelo MPE por um rombo de mais de 8 milhões em Belém, Stefani Henrique quer contrato na prefeitura de Altamira.

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