Diante do agravamento da crise no sistema público de saúde de Belém, o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) promoveu uma reunião emergencial com representantes do Ministério Público Estadual (MPPA), Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Justiça Estadual e Federal, além da Defensoria Pública. O encontro ocorrerá na sede do Conselho, sob a coordenação da presidente Dra. Tereza Cristina Azevedo.
O principal foco da reunião é o colapso do Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de Março), que opera há meses em situação crítica, com superlotação, falta de leitos, ausência de antibióticos, mobiliário sucateado e falta de insumos básicos. Segundo o CRM-PA, profissionais da saúde, pacientes e familiares têm denunciado condições sub-humanas de atendimento, com longas filas, internações em macas nos corredores e riscos iminentes à vida.
“O cenário no PSM da 14 é de total colapso. A equipe de saúde está trabalhando em condições subumanas e os pacientes estão sendo expostos a situações de extremo risco. Trata-se de uma grave violação dos direitos à saúde e à dignidade humana”, alertou a presidente do CRM-PA.
A situação se torna ainda mais preocupante diante da proximidade da COP 30, marcada para novembro de 2025 em Belém. A expectativa é que a cidade receba milhares de visitantes, o que evidencia ainda mais a fragilidade da rede hospitalar, que já não dá conta da demanda atual, mesmo sem o impacto adicional do evento internacional.
O CRM-PA destacou que o colapso do sistema de saúde pública não é novo, mas se agravou nos últimos meses devido à inércia dos gestores. O Conselho tem realizado fiscalizações constantes e emitido relatórios técnicos com recomendações não atendidas, o que motivou a convocação da reunião institucional.
“Com a COP 30 às portas, o que está em jogo não é apenas a imagem internacional da cidade, mas principalmente a vida de quem depende diariamente de um sistema de saúde em ruínas. Esta reunião busca soluções urgentes e compromissos concretos”, reforçou a Dra. Tereza Cristina.
O CRM-PA continuará monitorando a situação nas unidades de saúde da capital e cobrando medidas efetivas das autoridades. A entidade reafirma seu compromisso com a valorização dos médicos e com a garantia do direito constitucional à saúde da população paraense.
Leia também:
