Na manhã desta segunda-feira (11), uma criança venezuelana da etnia Warao, identificada como Tais Maria Morena Zapata, de apenas 3 meses, foi encontrada sem vida em um abrigo irregular na região na travessa Campos Salles.
Segundo os moradores, a pequena Tais já estava doente há alguns dias, sofrendo com sintomas como febre, vômitos, diarreia e dores, porém, não recebeu o devido acompanhamento médico. O abrigo, alugado por refugiados venezuelanos, abriga cerca de 75 pessoas, entre adultos e crianças, em condições precárias, com apenas um banheiro disponível.
Os moradores denunciaram que esta não é a primeira morte registrada no local e que vários deles estão doentes, sem acesso regular à assistência médica. A situação expõe a vulnerabilidade enfrentada pelos refugiados venezuelanos que buscam abrigo na cidade.
Durante a noite, a Polícia Científica foi acionada para realizar a remoção do corpo da criança.
Em nota, a prefeitura de Belém respondeu por meio da Sesma, veja na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que, regularmente, os indígenas que residem neste abrigo, no bairro da Campina, recebem visitas das equipes do Consultório de Rua (CNAR) do Outeiro e do Ver-o-Peso. Durante os últimos atendimentos, a criança não apresentou nenhum tipo de enfermidade. No entanto, na tarde desta segunda-feira, 11, as equipes de saúde que estiveram no local (em mais um acompanhamento de rotina), foram informadas pela mãe da criança da morte às 10h da manhã.
A equipe do consultório na rua, imediatamente, orientou os pais da criança a registrarem um boletim de ocorrência para que o Serviço de Verificação de óbito (SVO) fosse acionado, o que foi recusado. Então, a assistente social, que integra a equipe de saúde da Sesma, realizou o procedimento e o corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML).
A causa da morte da criança será investigada pelo IML e pelo Serviço de Verificação de Óbitos. A principal suspeita é de morte acidental.
Nesta terça-feira, 12, representantes da Sesma participarão de uma reunião com o Comitê Intergestor de Migrantes e Refugiados, na qual será pautada, novamente, a interdição deste abrigo. Também será feita assembleia com as lideranças indígenas Warao e as equipes de saúde que atuam na região, para tomada de decisões compartilhadas. É que há resistência dos indígenas em receberem os atendimentos de saúde, o que dificulta o trabalho das equipes, que não conseguem intervir efetivamente na prevenção e promoção a saúde dos moradores do espaço”.
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