COP30: Secretaria enfrenta impasse por hospedagem em Belém com diárias de até R$ 206 mil, diz jornal - Estado do Pará Online

COP30: Secretaria enfrenta impasse por hospedagem em Belém com diárias de até R$ 206 mil, diz jornal

Com preços considerados abusivos para o período do evento, governo federal estuda acomodar equipe da Secop30 em imóveis militares.

Rafa Neddermeyer / COP30

A alta nos preços da rede hoteleira de Belém para novembro, período em que a cidade sediará a COP30, já impacta diretamente o governo federal. A Secretaria Extraordinária da COP30 (Secop30), vinculada à Presidência da República e responsável pela organização do evento, ainda não definiu onde irá hospedar sua equipe técnica. O grupo é composto por cerca de 35 pessoas, entre servidores e coordenadores.

O motivo é a dificuldade em encontrar acomodações com valores que não sejam considerados abusivos. Segundo informações obtidas pela Folha de S.Paulo, a Secop30 estuda agora a possibilidade de abrigar parte de sua equipe em imóveis pertencentes às Forças Armadas na capital paraense.

Entre fevereiro e abril deste ano, a secretaria solicitou orçamentos de hospedagem a diferentes redes hoteleiras. Três propostas às quais a reportagem teve acesso revelam cifras milionárias.

O Radisson Hotel Belém, da rede Atlantica Hospitality International, apresentou um orçamento datado de 3 de abril para o bloqueio de 18 quartos entre os dias 2 e 24 de novembro. A diária mais barata foi cotada a R$ 15.960, podendo chegar a R$ 19.960. O valor total da proposta alcançou R$ 7,521 milhões para o período. O contrato previa validade dos preços apenas até 9 de abril.

Já o Tivoli Maiorana Belém ofereceu hospedagem para 70 quartos entre 1º e 15 de novembro, com diárias de até R$ 25.773. A proposta incluiu ainda a “suíte presidencial”, com diária de impressionantes R$ 206.182. No total, o pacote hoteleiro custaria R$ 34,828 milhões, já com taxas de serviço incluídas.

O hotel Ibis Styles Hangar, da empresa Atrio, apresentou a proposta com os valores mais baixos. O orçamento para o bloqueio de até 45 quartos, entre 2 e 23 de novembro, variava entre R$ 6.000 e R$ 6.500 por diária, com custo total estimado em R$ 5,935 milhões.

A escassez de opções viáveis e os preços inflacionados revelam um desafio logístico para o governo federal, que precisa garantir estrutura adequada para as equipes envolvidas na realização da COP30, evento global sobre mudanças climáticas que deve atrair milhares de pessoas à capital paraense.

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