CNJ investiga juíza paraense por suposta demora em decisão sobre reintegração de posse no Marajó

O processo, que aguarda decisão há mais de um ano no gabinete da juíza, envolve os herdeiros Paulo Marcelo dos Santos Cavalcante, único filho do pecuarista Heráclito Cavalcante

Frente da ilha de soure
Foto: Reprodução/Agência Pará

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação contra a juíza paraense Josineide Gadelha Pamplona Medeiros, titular da 1ª Vara Empresarial da capital. A decisão foi determinada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, que solicita à Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) a apuração das denúncias.

A magistrada é acusada de protelar, sem justificativa, uma decisão já transitada em julgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a reintegração de posse das fazendas “Bela Vista”, “Samauma” e “Nep”, situadas no município de Soure, na Ilha do Marajó. O processo, que aguarda decisão há mais de um ano no gabinete da juíza, envolve os herdeiros Paulo Marcelo dos Santos Cavalcante, único filho do pecuarista Heráclito Cavalcante.

Uma disputa judicial, considerada a mais antiga em tramitação no TJPA, remonta a 1982, ano da morte de Heráclito, um dos maiores pecuaristas da região. O fazendeiro deixou um vasto patrimônio avaliado em mais de R$ 1 bilhão, composto por 13 fazendas localizadas na ilha. Após o falecimento de Heráclito, a viúva Rosa Rodrigues, casada sob regime de separação total de bens, vendeu propriedades para terceiros, dilapidando o patrimônio dos herdeiros.

Em 1994, a então juíza responsável pelo inventário declarou a nulidade das escrituras e averbações feitas nos cartórios de registro de imóveis, considerando-as vendas ilegais. Desde então, Paulo Marcelo trava uma longa batalha judicial para saquear a posse das fazendas, sendo este o principal entra no processo, que agora é alvo de investigação pelo CNJ devido à suposta morosidade da juíza Josineide Gadelha.

Fonte: O antagônico 

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