Os desdobramentos da chacina que abalou Icoaraci em 2022 ganharam um novo capítulo com a decisão do Tribunal do Júri de Belém. Cinco acusados foram condenados a mais de 100 anos de prisão, cada um, por envolvimento direto nas mortes ocorridas na Feira da 8 de Maio. As sentenças foram anunciadas na quinta-feira (4), ao fim de dois dias de julgamento marcado por depoimentos decisivos.
O Ministério Público do Pará atuou no caso por meio do promotor Nadilson Gomes, responsável por sustentar em plenário que o grupo agiu de forma organizada e violenta. A defesa dos réus já adiantou que irá recorrer.
O Conselho de Sentença reconheceu que os condenados atuaram com motivo torpe, utilizaram recursos que impediram qualquer chance de defesa das vítimas e ainda cometeram o crime contra agente de segurança pública em razão da função. Os jurados também concluíram que os integrantes faziam parte de uma organização criminosa estruturada.
Ao todo, 18 testemunhas foram ouvidas, incluindo o policial militar que sobreviveu ao ataque. Ele trabalhava como vigilante na área da feira quando, segundo relatou, foi surpreendido pelos criminosos.
As provas apresentadas no plenário apontaram que o grupo planejou a ação com divisão de funções, estabelecendo hierarquia para controlar o território da feira e extorquir comerciantes por meio de taxas ilegais.
O que aconteceu no dia do crime
A chacina ocorreu em 30 de novembro de 2022, quando quatro trabalhadores, vigilantes e um feirante, foram mortos durante a investida criminosa. A ação começou com uma tentativa de assalto a um estabelecimento da região, seguida de troca de tiros com seguranças.
Na fuga, o veículo usado pelo bando colidiu, desencadeando um segundo confronto com agentes públicos. O caos espalhou medo entre frequentadores e trabalhadores da Feira da 8 de Maio, que assistiram à cena violenta que agora chega ao fim em primeira instância na Justiça.











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