Mais de 40 mil eleitores ribeirinhos devem enfrentar dificuldades para votar no primeiro turno das Eleições de 2024, que ocorre neste domingo (6), devido à seca que atinge diversas regiões do Pará. O Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-PA) estima que 116 locais de votação foram afetados, sendo 66 na região do Baixo Amazonas e 50 no Arquipélago do Marajó.
A escassez hídrica, agravada pela baixa no nível de rios como o Xingu e seus afluentes, está dificultando o transporte de eleitores e a logística de entrega das urnas eletrônicas. Felipe Brito, secretário de tecnologia da informação do TRE-PA, explicou que o transporte das urnas para comunidades isoladas será adaptado, com o uso de carroças e outros meios de tração humana e animal em algumas regiões do sudoeste do estado.
“É uma mudança significativa. Em locais como Jacareacanga, por exemplo, mais de 90 eleitores precisarão ser levados para áreas mais remotas para que o pleito aconteça”, afirmou Brito. A entrega das urnas começou na quarta-feira (2), com o transporte aéreo sendo utilizado em regiões de difícil acesso a partir de quinta-feira (3).
A seca, que já havia sido reconhecida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), tem afetado gravemente o transporte pelos rios Xingu, Iriri e Bacajá, prejudicando a movimentação dos eleitores ribeirinhos. Estima-se que, no Baixo Amazonas, 17.603 eleitores (20% dos eleitores ribeirinhos da região) enfrentarão dificuldades para comparecer às urnas. Já no Marajó, o número de afetados é de 25.867, também cerca de 20% do total de eleitores ribeirinhos.
A situação gerou preocupação nas comunidades isoladas, que dependem do transporte fluvial para acessar os locais de votação. A seca também trouxe desafios adicionais ao processo eleitoral, que precisou ser adaptado para garantir que os eleitores dessas áreas tenham condições de participar do pleito.
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