Candidato: agora você não pode mais errar

Esta frase acima não é minha, é do Marcelo Vitorino, estrategista político com campanhas vitoriosas nas 5 regiões brasileiras. Ela serve para campanhas que já fizeram tudo de errado que podiam, sem ter consequências “mais graves” para o restante da campanha eleitoral.

Já para quem quiser insistir no erro de achar que já sabe tudo, que a eleição está ganha porque aparece em primeiro nas pesquisas de agora, fica o alerta. Não se deite em berço esplêndido, não pense que porque seu concorrente está com altos índices de rejeição que a cadeira de prefeito está “no papo”.

Ainda não vi boi voar em campanhas eleitorais, principalmente em parcerias com o Alexandre Marins, Estrategista de ponta. O resto ou já vi, ou já ouvi!

Entendo o Marketing Político como um conjunto de técnicas e procedimentos em uma atividade contínua de construção de uma imagem positiva do candidato e/ou Instituição junto à opinião pública, para criar uma relação de confiança com o eleitor fora do período eleitoral. Para tornar conhecidos os seus propósitos para o maior número de pessoas e suas diferenças em relação aos concorrentes diretos e indiretos.

E o que é uma Campanha Eleitoral?

Para Vitorino, e eu concordo, são disputas pela atenção com uma finalidade: mostrar a eleitores, de origens e interesses diversos, que uma candidatura é mais adequada do que outra. Como há um prazo limite para que essa conquista se concretize, todo dia desperdiçado reduz as chances de vitória e os erros no marketing político, incluindo o de gerenciar mal o tempo que possui, podem custar muito caro. (VITORINO, M., 2024)

E trazendo para a conversa o Emerson Saraiva, do Eleja-se, a maior parte dos candidatos e equipes de campanha já acha que sabe o caminho para uma eleição garantida, que na cidade deles o jeito de fazer é especial e diferente de qualquer eleição de qualquer outra cidade. Quem já está acostumado com eleições sabe bem que isso não existe. Não tem receita de bolo que entregue a mesma textura, sabor, vitória. São muitas variáveis a serem consideradas que tornam impossível qualquer definição antecipada.

Candidato, candidatura, público e conteúdo devem estar muito bem alinhados com o candidato sendo o centro das atenções e os demais atores sendo muito bem conduzidos no processo: os aliados, os adversários, os recursos humanos e os financeiros.

Na outra ponta os eleitores, a preparação da disputa, os arquétipos culturais da cidade e dos candidatos em disputa e por fim e não menos importante o Tempo, simbolizado aqui pela Comunicação, que funciona como o elo de ligação entre o “ontem”, o “hoje” e o “amanhã” de maneira que faça sentido para os espectadores/eleitores.

Diante desse cenário deixarei, abaixo, dicas de ouro compiladas de alguns autores que leio, para que os pré-candidatos e os profissionais de comunicação política comecem a fazer imediatamente, se ainda não começaram:

Como ampliar a chance de vitória

Defina o que a candidatura representa

Como o resultado político não é bem tangível, isto é, não tem características definidas para fácil compreensão do eleitor, sendo preciso vender mais a pessoa do que as propostas que ela tem, a primeira coisa a fazer é definir bem o que a candidatura representa, sua história de vida, o que lhe credencia ao pleito que está disputando, as dificuldades que enfrentou, os aprendizados que obteve, sua visão de mundo obrigando os profissionais a compreenderem melhor o candidato (vereador, prefeito, deputado, senador, governador ou presidente),

Analise o ambiente da disputa

Olhar para o ambiente da disputa, incluindo as alianças (com tudo de bom e ruim que podem acrescentar à candidatura), os adversários, e com quais recursos poderá contar. Uma campanha organizada consegue lidar muito bem com a falta de recursos, e uma desorganizada consegue desperdiçar as melhores condições. No caos, a vitória fica cada vez mais longe, principalmente se tiver um adversário organizado concorrendo. Nesse momento você define a matriz de responsabilidade, o organograma da campanha, o fluxo de trabalho.

Entenda quem é o seu público
Deveremos entender os públicos que a serem impactados para que os votos necessários sejam obtidos. Candidatos não precisam de 100% dos eleitores e como há pouco tempo para se comunicar, escolher muito bem os públicos é essencial. Não perder tempo com eleitores que já estão engajados em projetos não é a melhor estratégia e a maior parte dos eleitores define em quem votará nas últimas duas semanas do processo eleitoral.

Defina conteúdo e canais

E, depois de todo o universo da disputa bem detectado, chega o momento de definir o que deve ser compartilhado como conteúdo, quais serão compartilhados, em quais formatos e quais os meios de comunicação serão utilizados.

Dito isto tudo acima, ressaltar que não há um “meio” melhor do que o outro para falar com o eleitor/a. A televisão e o rádio não são melhores que as redes sociais, nem que ela seja melhor do que a rua, o gastar a sola do sapato. Materiais impressos estão no mesmo nível de importância que as inserções comerciais e publicações em redes sociais. E isto não quer dizer que todos vão conseguir converter os mesmos eleitores com a mesma facilidade, nem que vão resolver os mesmos problemas de comunicação.

Um bom trabalho de coordenação e a combinação entre os meios e os conteúdos podem fazer uma candidatura compensar problemas como falta de recursos, falta de uma coligação forte, falta de nível de reconhecimento de um candidato ante a determinados públicos e muitos outros.

Ou seja, quer errar menos na disputa? Olhe e aja na disputa de forma profissional e responsável, assim vai saber exatamente que fazer em cada etapa da disputa e como utilizar melhor os recursos que dispõe.

E para reduzir as incertezas em suas tomadas de decisão a realização de pesquisas qualitativas e quantitativas torna-se cada vez mais fundamental para a identificação do pensamento do eleitor, ajustar rotas, construir discursos e narrativas, bem como subsidiar a equipe na identificação dos arquétipos principais do candidato e qual a melhor maneira de abordar o posicionamento na mente do eleitor de maneira que o leve a escolher como a melhor opção de voto.

Se gostou do material que acabou de ler dê um like no link e compartilhe com aquele amigo/a que está precisando dar um rumo na sua campanha. Se não, deixe o seu comentário para continuarmos a construção de campanhas cada vez mais profissionalizadas e assertivas.

Abraços,

Marcio Macedo – Análise Inteligência

Márcio Macedo, publicitário formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com especialização em Comunicação Empresarial pela PUC/Curitiba, mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiutí do Paraná (UTP), doutor em Desenvolvimento Sustentável no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federal do Pará – UFPA e Pós-doutor em Ciências Ambientais, também pelo NAEA/UFPA. Tem experiência em Pesquisas de Mercado e Político-Eleitoral, com passagens pela Opção Pesquisa de Mercado/PA (atual Doxa), departamentos de planejamento da Unimed/Belém, Gráfica e Editora CEJUP/PA, Jornal A Província do Pará, RG7 Comunicação Integrada/PA, Da Vinci Soluções Gráficas/PA, Fundação Amazônia/PA, Grupo Pão de Açúcar /SP, Faculdades Campo Real/PR, Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO/PR). Atualmente é Pesquisador na Análise Inteligência, empresa fundada em 2006, prestando serviços de Pesquisas, Planejamento e Estratégias para empresas e políticos em todo o Brasil.

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