A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou uma campanha nacional para a inclusão de fármacos no Sistema Único de Saúde (SUS) voltados ao tratamento da obesidade, doença reconhecida como crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que atualmente não conta com alternativas medicamentosa na rede pública.
A iniciativa reúne o apoio de entidades como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). O objetivo, segundo a Sbem, é sensibilizar autoridades e mobilizar a sociedade para garantir acesso a tratamento adequado.
Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025 mostram que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade e 68% apresentam sobrepeso. O relatório indica que, se nenhuma medida for adotada, quase metade da população adulta pode estar obesa até 2044, com mais de 60 mil mortes prematuras associadas ao excesso de peso e doenças crônicas não transmissíveis.
A Sbem ressalta que, nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para obesidade (orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida) foram analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e tiveram sua incorporação negada. Além dos impactos humanos, o estudo da Universidade Federal de São Paulo estima que os custos diretos ao SUS com doenças relacionadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão entre 2021 e 2030, com perdas indiretas de até US$ 20 bilhões.
A entidade argumenta que, enquanto pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, pessoas com obesidade permanecem sem qualquer alternativa terapêutica na rede pública, reforçando a necessidade de revisão das políticas de saúde voltadas à doença.
Leia também:
Deixe um comentário