Com o objetivo de enfrentar as causas da evasão escolar e garantir que nenhuma criança ou adolescente fique para trás, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), está intensificando as ações da Busca Ativa Escolar em toda a rede estadual. A iniciativa realiza visitas domiciliares, rodas de conversa, panfletagens e parcerias com as famílias e comunidades para reintegrar estudantes em situação de vulnerabilidade ao ambiente escolar.
Segundo a Seduc, a principal estratégia da ação é o contato direto com as famílias dos estudantes que apresentam faltas injustificadas. “A escola vai até o aluno, se for preciso”, afirma Carmem Noronha, diretora da Escola Estadual Graziela Moura Ribeiro, em Belém. A unidade acompanha diariamente a frequência de seus mais de 500 alunos com o auxílio de ferramentas tecnológicas e estabelece um limite de até cinco faltas injustificadas antes de acionar a equipe para uma abordagem mais direta.
O diretor Fabrício Santa Brígida, da Escola Estadual Professora Emiliana Sarmento Ferreira, destaca que a ação tem gerado resultados concretos. “Tivemos um aumento significativo no Ideb, de 4,7 para 6,4, fruto do acolhimento, da escuta ativa e do envolvimento com as famílias”, relatou.
A Mobilização Busca Ativa Escolar, que ocorre durante todo o mês de maio, conta com o engajamento de gestores, professores e estudantes nos 144 municípios paraenses. Em Medicilândia, por exemplo, a Escola Estadual Francisca Gomes dos Santos desenvolveu uma série de atividades de engajamento, como panfletagens, reuniões com conselhos escolares e jogos noturnos com a participação das famílias. “Já estamos percebendo o retorno de alunos às aulas. É uma ação que gera impacto direto”, destacou a diretora Grace Samuelsson.
Além das ações diretas, o governo tem investido em programas estruturantes que fortalecem o vínculo do estudante com a escola. Entre eles, o programa Bora Estudar, lançado em 2023, premia com cheques de R$ 10 mil estudantes com alto desempenho acadêmico. O recurso pode ser usado na reforma das residências por meio de uma parceria com o programa habitacional Sua Casa.
Outro destaque é o avanço do Programa de Ensino Integral (PEI), que já alcança 162 escolas e mais de 48 mil estudantes – um crescimento de oito vezes em relação a 2018. A rede estadual também adotou, desde 2024, uma nova matriz curricular com ampliação da carga horária para 2.400 horas anuais e a inclusão inédita do componente de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima, obrigatório em todas as etapas de ensino.
O secretário de Educação, Rossieli Soares, reforça que o foco está em tornar a escola mais próxima da realidade do aluno. “Precisamos propor aprendizagens significativas, que dialoguem com os sonhos e projetos de vida de cada estudante. A escola é espaço de acolhimento e transformação”, afirmou.
Com essas ações integradas, a Seduc busca não apenas reintegrar estudantes ao sistema de ensino, mas fortalecer a permanência com qualidade e garantir o direito fundamental à educação no estado do Pará.
Leia também:
