Brasil pede liberação de ativistas detidos por Israel em missão humanitária a Gaza

Entre os passageiros estavam a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, ambos integrantes da Coalizão Flotilha da Liberdade


O Ministério das Relações Exteriores do Brasil solicitou nesta segunda-feira (9) a libertação imediata dos ativistas detidos por Israel enquanto transportavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O grupo, que incluía a ativista climática sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, foi interceptado por forças israelenses a bordo do barco Madleen, em águas internacionais, segundo relatos de integrantes da missão.

Segundo nota oficial do Itamaraty, o governo brasileiro apelou ao princípio da liberdade de navegação e pediu que Israel remova todas as restrições à entrada de ajuda humanitária no território palestino. O comunicado também destacou que as embaixadas da região estão em alerta para prestar assistência consular, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.

A embarcação havia partido da Itália em 1º de junho, com uma carga simbólica de itens como arroz e leite em pó para bebês, com o objetivo de denunciar o bloqueio imposto por Israel à Gaza desde 2007. A Coalizão Flotilha da Liberdade afirmou que a missão era pacífica, composta por cidadãos de diversos países e que esperava retaliações, como ocorreu em episódios anteriores envolvendo embarcações civis.

Israel classificou a ação dos ativistas como uma “provocação midiática” e disse que o barco transportava menos do que um caminhão de ajuda. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que os passageiros foram levados à costa de Ashdod, estão ilesos e deverão ser repatriados. O governo também declarou que o bloqueio visa impedir o envio de armas ao Hamas.

Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, afirmou que estava em contato com a tripulação até a interrupção abrupta das comunicações, durante a abordagem israelense. Ela denunciou ações hostis ao barco, incluindo o lançamento de substâncias por aeronaves e cercos por lanchas rápidas.

Houve reação também por parte do Hamas, que classificou a interceptação como uma “violação flagrante do direito internacional” e pediu a libertação dos detidos. O episódio ocorre em meio à crise humanitária em Gaza, onde, segundo a ONU, civis enfrentam escassez extrema de alimentos e medicamentos após quase 20 meses de conflito armado.

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