Belenenses registram aumento de aparições de cobras em áreas urbanas; biólogo orienta sobre como agir nestes casos

Especialista aponta desequilíbrio ambiental e maior vigilância nas redes sociais como fatores para o crescimento dos registros de cobras na capital paraense.


Nas últimas semanas, Belém tem registrado um aumento no número de avistamentos de cobras, especialmente em áreas urbanas. Basilio Guerreiro, biólogo do Parque Zoobotânico Mangal das Garças e do Laboratório de Produção Animal da UFPA, explica que o fenômeno está relacionado ao aumento das chuvas, perda de habitats naturais e à maior facilidade de registros por câmeras de celulares.

As cobras, como sucuris, sempre estiveram presentes nas cidades amazônicas, como Belém, que é rodeada por rios, canais e riachos que deságuam na Baía do Guajará. O biólogo ressalta que, com o aumento das chuvas, esses animais ganham mobilidade pelos canais e redes de esgoto, frequentemente surgindo em áreas urbanas. Esse aumento de avistamentos, no entanto, está ligado à crescente destruição do habitat natural e à busca por alimento e abrigo.

Apesar do medo que geram, as cobras raramente oferecem risco à população. Guerreiro afirma que, embora as sucuris sejam as mais comuns na capital paraense, elas se alimentam de presas menores, como galinhas e patos. Uma cobra de tamanho suficiente para ameaçar um ser humano seria uma exceção extrema e praticamente impossível de ocorrer na cidade. Para evitar encontros indesejados, o especialista orienta que a população não interaja com o animal, acionando a Polícia Ambiental por meio do 190 para captura e soltura segura.

O biólogo também destaca que cobras, embora possam ser temidas, desempenham um papel fundamental no ecossistema, ajudando no controle de roedores e outros animais indesejados. Ele alerta que maltratar ou matar esses animais é crime, passível de multa e prisão. Ao reconhecer a importância desses répteis, é possível promover uma convivência mais harmônica entre a população e a fauna local.

Por fim, o Basílio desmistifica histórias de cobras atacando ou arrastando pessoas, esclarecendo que tais relatos são exageros, frequentemente impulsionados por boatos em redes sociais.

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