Desde que o prefeito de Limoeiro do Ajuru, no arquipélago paraense do Marajó, Alcides Abreu Barra (MDB), e mais três servidores do município foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), a indefinição política permaneceu no município por longos meses, até a realização da convenção do MDB, que apresentou o nome do prefeito afastado do cargo, para a reeleição.
“Instalou-se no município marajoara um sistema de corrupção operado por meio de esquema com empresas privadas vencedoras de licitações, em regra, fraudulentas envolvendo pagamentos por compras que não foram entregues à municipalidade e por serviços não prestados à população”, explicou o MP.
Desde então, o presidente da Câmara Municipal de Limoeiro, assumiu o cargo e segue administrando o município.
Com a aproximação das eleições municipais, em Limoeiro do Ajurú até o momento, quatro candidatos se destacam na corrida pela prefeitura: O prefeito que foi preso e afastado, Alcides Abreu Barra (MDB), Marcione Wanzeler (AGIR), Fabio Pantoja (PSB) e Fredson Farias (PT). Cada um traz consigo histórias e propostas distintas, refletindo diferentes visões para o futuro do município.
Alcides Abreu Barra: voltando à cena do crime?
A prisão do grupo que administrava Limoeiro até o fim do mês de março deste ano gerou uma reviravolta no município, sobretudo no grupo político que dava apoio ao prefeito Alcides Abreu Barra, acusado de liderar um esquema que tinha como alvo recursos destinado à compra de medicamentos, os quais as investigações indicam que além de não serem repassados aos postos de saúde, o dinheiro repassado para a empresa contratada era dividido entre o prefeito, o secretário de saúde e uma servidora da área de controle interno de licitações e execução de contratos, além de ser enviado para a secretária de educação da cidade, que também é irmã do prefeito.
Através de um Habeas corpus, Alcides pode realizar a convenção do MDB e se apresentar como candidato, mas sua participação ainda depende do julgamento do mérito e até o dia 15 deste mês pode ter sua candidatura autorizada ou não pela Justiça Eleitoral.
Marcione Wanzeler: a esperança de mudança
Representando a opção de mudança, Marcione Wanzeler vem candidata pelo partido AGIR36. Oriunda de uma família de pescadores, Marcione é vista como uma figura que realmente entende as dificuldades enfrentadas pela população de Limoeiro do Ajurú. Os problemas vão desde a falta de saúde adequada e descaso com a educação até a escassez de emprego e renda, especialmente durante o período de inverno. Além disso, a insegurança e a necessidade de deslocamento para outros municípios para receber benefícios governamentais são desafios significativos.
Marcione promete soluções para esses problemas e outros que assolam o município. Sua candidatura será histórica, pois nunca antes uma mulher se apresentou como candidata a prefeita em Limoeiro do Ajurú. Sua coragem e determinação têm sido reconhecidas pela população, que vê nela uma possibilidade real de transformação.
Fredson Farias: continuidade ou renovação?
Fredson Farias, candidato pelo PT, ocupa o segundo lugar nas intenções de voto. No entanto, enfrenta resistência devido ao desgaste do partido no município, especialmente após a gestão controversa do ex-prefeito Carlinho. Fredson, que já atuou como secretário de educação e é vereador desde 2020, é criticado por sua suposta inação durante os anos em que o município enfrentou crises severas, incluindo a falta de pagamento aos professores na gestão do ex prefeito do partido que representa.
Os eleitores em Limoeiro do Ajurú estão ansiosos por mudanças, e questionam se Fredson é capaz de proporcionar essa renovação, considerando seu vínculo com administrações anteriores e os problemas associados a elas.
Fabio Pantoja: herança política em questão
Em terceiro lugar está Fabio Pantoja, do PSB. Embora seja sua primeira vez vindo a concorrer uma candidatura política, ele carrega o peso de ser filho de um ex-prefeito e ex-vereador cuja administração deixou a desejar. Fabio também trabalhou como contador em várias gestões do grupo político conhecido por suas práticas controversas, incluindo o governo do ex-prefeito Alcides Barra, preso por desvio de recursos da saúde.
A conexão de Fabio com administrações passadas que não foram bem-sucedidas levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderar uma ‘nova era’ para Limoeiro do Ajurú. No entanto, ele insiste em seu discurso de mudança.
O futuro de Limoeiro do Ajurú nas mãos dos eleitores
A decisão agora está nas mãos dos eleitores de Limoeiro do Ajurú. Com três candidatos tão distintos, cada um representando diferentes promessas e visões para o futuro, o voto de cada cidadão será crucial para definir o rumo do município nos próximos anos.
Marcione Wanzeler, uma promessa de mudança e propostas eficientes para mudar o futuro do município, Fredson Farias, um professor e político que carrega o fardo da continuidade da velha política ou fazer diferente e Fabio Pantoja, com suas propostas e desafios de uma herança política.
Os três candidatos esperam conquistar a confiança do povo que elegerá uma dessas lideranças políticas para governar Limoeiro do Ajurú, na expectativa de garantir um futuro melhor para a população, sobretudo a mais necessitada, tanto da zona rural, quanto da cidade.
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