Após seca histórica em 2023, Santarém inicia preparativos para enfrentar estiagem na Amazônia em 2024

No ano passado, a estiagem começou no mês de outubro e até julho deste ano, não estava totalmente recuperada.

A Defesa Civil de Santarém, oeste paraense, anunciou que já iniciou o planejamento para enfrentar a seca em Santarém em 2024. No ano passado, a estiagem começou no mês de outubro e até julho deste ano, não estava totalmente recuperada.

Nesta sexta-feira (26), o nível do rio Tapajós registrou 94 centímetros abaixo do registrado no mesmo período de 2023. Com o objetivo de conseguir dar assistência à população antes da estiagem que atinge diversas cidades amazônicas se expandir, a Defesa Civil afirma que já iniciou a coleta de dados em várias comunidades localizadas nos rios Tapajós e Arapiuns para manter as informações atualizadas.

O coordenador da Defesa Civil do município, Darlison Maia, relembra a experiência difícil enfrentada em 2023, quando a prefeitura de Santarém decretou situação de emergência em 18 de outubro devido à seca:

“Iniciamos o monitoramento da estiagem mais cedo
devido ao que aconteceu no ano passado. Estamos programando uma visita agora no final de julho,
dependendo do nível do rio, para registrar os dados atualizados e inseri-los no sistema”, afirmou.

Darlison Maia, coordenador da Defesa Civil de Santarém

Ele relembra que a Defesa Civil realizou a entrega de ajuda humanitária entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, mas mesmo com a conclusão da ajuda humanitária e colaboração de organizações não governamentais auxiliando na entrega de alimentos e assistência à população, a seca contínua por diversos meses em níveis alarmantes, associados ao baixo nível do rio Tapajós, ainda preocupa e mantêm a Defesa Civil em alerta.

Este ano, o rio Tapajós iniciou o ano em um dos níveis mais baixos da história e, ao que tudo indica, se trata de um declínio permanente que requer atenção redobrada e medidas de assistência aplicadas cada vez mais cedo, diz Maia.

O especialista reforça a necessidade do monitoramento intensivo não apenas no rio Tapajós, mas também rio Amazonas e em outros das proximidades: “É fundamental ter essa parceria no monitoramento para decretar a situação de emergência com precisão e eficiência. A cooperação com outras regiões e estados também é uma parte integral da estratégia de monitoramento”.

“A gente tem o monitoramento também do estado do Amazonas. A gente acompanha os níveis de rio de lá também, pois a queda nos níveis dos rios no
Amazonas geralmente antecede a diminuição em Santarém e acaba servindo como um alerta
antecipado, que nos ajuda a ter uma atuação
mais precisa”, diz.

Darlison Maia, coordenador da Defesa Civil de Santarém