A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) anunciou nesta segunda-feira (21/04) o envio de equipes especializadas da Polícia Civil ao município de Anapu, no sudoeste do estado, para reforçar o policiamento e agilizar as investigações sobre o assassinato do agricultor e líder comunitário Ronilson de Jesus Santos.
Ronilson era presidente da associação de manejo do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola-Jatobá, na Comunidade Vale do Pacuru, uma região marcada por históricos conflitos fundiários. Ele foi encontrado morto na última sexta-feira (18) no quintal da casa onde morava.
Em nota, a Segup afirmou que “agentes das Polícias Militar e Civil seguem em diligências na região para identificar e responsabilizar os autores do crime”. A Secretaria também informou que Ronilson “não integrava o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH)”, e que “não havia nenhum pedido ou solicitação para essa inclusão”.
O caso está sendo investigado sob sigilo pela Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Altamira. Quatro dias antes de ser morto, Ronilson havia publicado um vídeo em que denunciava a presença de fazendeiros e pistoleiros armados na área do assentamento:
“Os fazendeiros estão ali construindo barraco, tirando estaca, fazendo tudo, fazendeiro com pistoleiro dentro da área. Isso não pode acontecer”, alertou o líder agrícola.
O local do crime é o mesmo onde, em 2005, a missionária Dorothy Stang foi assassinada por denunciar grileiros e madeireiros ilegais na região. O novo crime reacende o alerta sobre a violência no campo e os riscos enfrentados por defensores da terra e do meio ambiente na Amazônia.
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