A perspectiva de avanço no campo ganhou força com a assinatura das ordens de serviço em Mojuí dos Campos, Belterra e Monte Alegre, o que abre caminho para que 15 novas comunidades passem a receber água tratada ao fim das obras.
Enquanto a movimentação das equipes começa a alterar a paisagem dessas áreas do Baixo Amazonas, moradores que ainda dependem de poços cavados por conta própria enxergam um cenário totalmente novo. A água, antes limitada e sem garantia de qualidade, dá lugar a um serviço estruturado e fiscalizado.
“Atualmente, essas comunidades dependem de poços cavados por eles mesmos, cuja água não tem confiabilidade. O governo vem fornecer água tratada, confiável, que pode ser submetida a qualquer teste de qualidade”, afirma o engenheiro civil e fiscal de obras da Secir, Luiz Frazão.
O impacto é sentido de maneiras diferentes em cada localidade. Em Belterra, por exemplo, a implantação do sistema deve modificar a rotina de cerca de 50 famílias da comunidade Família Rural, onde a produção agrícola sustenta a renda de boa parte dos moradores.
O presidente da Associação Casa Familiar Rural, Wildson Silva, atua em uma escola de formação em agropecuária da região e vê no projeto um ponto de virada.
“A gente acha uma oportunidade muito enriquecedora para a nossa região. A nossa comunidade carece de uma água de qualidade, da disponibilidade desse recurso tão importante… então essa água vai ser utilizada também para irrigação”, relata.
A estimativa do grupo é elevar em mais de 60% a capacidade produtiva, especialmente nas cadeias de polpa de frutas. “Hoje produzimos cerca de três toneladas, mas estamos trabalhando para aumentar para cinco toneladas, e a água vai ser essencial nesse processo”, reforça.
A prefeitura de Belterra, que assumirá a manutenção do sistema após a entrega da obra, diz que o momento marca um avanço importante.
“A gente fica muito feliz de estar chegando mais um benefício para a comunidade… Água é vida, por isso estamos dispostos a colaborar com tudo que for necessário”, afirma o secretário de Obras, Relison Silva.
Com o início dos trabalhos nesses três municípios, a Secir alcança dez localidades com obras em execução. Serviços semelhantes já estão em andamento em Juruti, Terra Santa, Alenquer, Almeirim, Aveiro, Itaituba e Óbidos.
A secretária das Cidades e Integração Regional, Fernanda Paes, reforça a prioridade em atender áreas rurais distantes dos centros urbanos.
“A Secretaria das Cidades está fortemente comprometida com o propósito de melhorar a qualidade de vida das famílias que moram longe do centro urbano… Levar água de qualidade é uma maneira de proporcionar mais saúde e qualidade de vida às pessoas”, afirma.
As demais sete cidades previstas no projeto seguem em fase de licitação. Ao final, 17 municípios serão contemplados pela iniciativa financiada pelo Novo PAC-Rural, num investimento de R$ 49,7 milhões articulado entre o governo do Pará e o Ministério das Cidades.