Mais de 4 toneladas de drogas foram retiradas das principais rotas fluviais do Pará desde a criação das Bases Integradas Fluviais, iniciativa que mudou a dinâmica da segurança nos rios do Estado. O modelo, vinculado à Segup, consolidou-se como ferramenta permanente contra o tráfico e outros crimes que se espalham pelas hidrovias paraenses.
Para o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, a presença dessas estruturas corrigiu uma lacuna histórica. Ele destaca que os rios, usados como vias de circulação diária, exigiam um planejamento específico.
Há três anos, com a instalação da Base de Antônio Lemos no Marajó, posteriormente com a implantação da Base Candiru em Óbidos, demos o pontapé inicial para a inovação e construção de ações efetivas, especialmente para a segurança nos rios do Estado, visto que o Pará possui a mais extensa área fluvial do país. Como costumamos dizer, ‘os rios são nossas ruas’, e não há como fazer segurança pública sem pensar nessa, que é a nossa realidade, e assim desenvolvemos essa estratégia, mantendo bases fixas nas principais rotas fluviais que possuímos, para reforçar as ações de segurança”, destacou.
A virada começou no Marajó, com a implantação da Base de Antônio Lemos, no estreito de Breves. Apenas essa unidade responde por mais de 3 toneladas de entorpecentes apreendidos desde 2021, além de 5 mil abordagens, 63 prisões, 20 mandados cumpridos e a interceptação de madeira, pescado ilegal e veículos utilizados em crimes.
Os reflexos também aparecem nos indicadores criminais. Dados da Siac apontam queda de 30,71% nos furtos e redução de 74% nos roubos entre 2021 e 2024 nas áreas cobertas pela base. O patrulhamento fluvial passou a limitar a circulação de quadrilhas que utilizavam comunidades ribeirinhas como pontos de apoio.
No Baixo Amazonas, a Base Candiru, instalada há um ano, elevou o nível da repressão em uma das zonas de maior movimentação de embarcações do Norte. Somente entre janeiro e setembro deste ano, foram 1,1 tonelada de drogas apreendidas, além de madeira serrada, pescado ilegal, armas, celulares, veículos e mais de 25 mil pessoas abordadas. Em setembro, a unidade registrou ainda 56 kg de entorpecentes, munições apreendidas e novos mandados cumpridos.
Machado descreve a base como peça-chave na região. “A Candiru é o nosso ponto de inflexão. Desde sua implementação, tem demonstrado eficácia notável no combate ao crime organizado”, disse.
A expansão continuará com a entrega da Base Fluvial Baixo Tocantins, a ser instalada no furo do Capim, em Abaetetuba. O equipamento já está finalizado e opera provisoriamente na ponte de Outeiro durante a COP30. A nova estrutura cobrirá rotas usadas para o escoamento de cargas ilegais, de madeira a drogas.
Segundo a Segup, fortalecer essa rede é essencial para manter controle sobre a malha fluvial mais extensa do país. “Estamos conseguindo grandes apreensões e protegendo as populações ribeirinhas, que há muito pediam por essa estrutura”, acrescentou o secretário.









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