A prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, anunciou em suas redes sociais oficiais que no próximo sábado (27) participará do ato de sua filiação ao MDB, onde disputará a reeleição nas eleições municipais de Outubro próximo.
GUERRA À VISTA
A separação matrimonial e principalmente política entre a prefeita e o ex-marido, Moisés Mendes, aponta para a possibilidade de um embate político sem precedentes no município da região metropolitana de Belém, já que fontes do Portal Estado do Pará Online afirmam que o empresário teria desistido de sua anunciada candidatura para apoiar alguém mais popular para fazer oposição ferrenha à prefeita, com quem tem três filhos, mas estão separados desde 2022.
O casal administrava as lojas “Mundo do Real” e com ações sociais e assistencialistas, chegaram na prefeitura após 8 anos de gestão do ex-prefeito Mário Filho (PSD), que não conseguiu eleger seu sucessor, nas eleições municipais de 2020.
Segundo informações, Moisés nunca esteve tão ativo politicamente, a ponto de tirar o Dia das Crianças e Natal para entregar presentes em bairros periféricos da cidade, sem falar que tem se reunido com segmentos importantes e lideranças que participaram da campanha da ex-mulher nas eleições em 2020, quando ela foi eleita, ainda filiada ao Republicanos. Vale lembrar que no período, pairava a dúvida entre quem deveria se candidar: ele ou ela.
O casal então encomendou pesquisas, ouviram lideranças e concluíram que ela seria melhor como candidata, por “ter mais carisma”. Segundo pessoas próximas, Moisés nunca “engoliu direito” a preferência popular por sua até então esposa, que usava o sobrenome Mendes e após a separação voltou a usar o sobrenome dos pais: Alencar.
A PREFEITA E SUAS FAÇANHAS
Passados três anos, não restam dúvidas de que para tirar a reeleição de Patrícia, quaisquer que sejam os candidatos, não poderá falta dinheiro e muita caminhada pelo município.
É certo que para além dos problemas que o município enfreta, com altos índices de violência e grande parte de seu território sem saneamento básico, infraestrutura e transportes públicos precários, a gestora não será fácil de ser derrotada.
Segundo pesquisa divulgada em Outubro de 2022, pelo instituto ACERTAR, do cientista político Américo Canto, a prefeita de Marituba chegou a ter 92% de aprovação de seu mandato, conforme pode ser visto em uma postagem fixada em sua principal rede social.
Mostrando sua personalidade forte e desafiadora, logo nos primeiros 10 meses de seu mandato, cercou-se de assessores e foi até à sede de uma rádio comunitária, onde peitou um radialista, acusado por ela de ser pago para “passar o tempo todo falando mal da prefeita”.
O vídeo foi transmitido ao vivo pela fanpagem da própria prefeita e apagado minutos depois, mas acabou sendo salvo e divulgado pela fanpage Política Pará.
De lá prá cá, sua forte e constante presença só aumentou nas redes sociais. Seja em vídeos onde aparece visitando obras e comunidades, ou em eventos da prefeitura, Patrícia sempre rouba a cena e gera comentários nas redes, blogs e portais de notícias. Destaca-se o último aniversário de Marituba, em Abril do ano passado, onde a prefeita municipal chegou na festa em uma tirolesa, descendo no palco onde uma aparelhagem estava se apresentando.
A cena acabou gerando diversos comentários e entre críticas, galhofas e mensagens de apoio, Patrícia tornou-se ainda mais popular, sendo que sua visibilidade nas mídias e eventos já vinha apontado esse interesse dela destacar-se para além dos limites de Marituba.
SERVA DE HELDER BARBALHO
Durante um evento em Marituba, em Março de 2022, a prefeita deixou claro como se vê e pretende ser vista pela família Barbalho: Uma serva fiel e obediente.
A SUCESSORA?
Helder nunca sinalizou publicamente que tem Patrícia em seus plano como sucessora. Falou e continua repetindo à exaustão, que quem ficará em seu lugar será a vice-governadora Hana Ghassan Tuma, quando Helder terá que deixar o governo para, quem sabe, tentar alçar voos mais altos, quem sabe mirando o senado em 2026 ou a vice-presidência como muitos especulam.
Apesar de discursos e narrativas plantadas enfatizarem com insistência de que o plano A é infalível, o certo é que ao deixar o governo para disputar outro cargo em 2026, Helder terá a vice-governadora como sua sucessora natural e legal, mas nem ele e ninguém pode ter a credibilidade de um profeta, que ela conseguirá se eleger através do voto dos eleitores paraenses, já que até aqui, apesar de todos os esforços de Helder e demais governistas, ela não decolou e nem dá sinais de que decolará para uma campanha bem sucedida, apesar da exagerada forçação de barra notada pelos eleitores mais atentos.
Detalhe: Não se tem conhecimento de nenhum outro governador na história do Brasil que tenha definido quem seria seu sucessor ao governo, logo nos primeiros meses do ano em que assumiu seu segundo mandato. Para uma leitoraa atenta aos bastidores, a teimosia e insistência de Helder em fazer com que Hana seja a escolhida, revela seu plano de ter uma pessoa que aceite ser eleita governadora só por um mandato, sem correr o risco que ela insista em tentar a reeleição e acabe tornando-se adversária, como aconteceu entre dois grandes amigos e aliados políticos: Almir Gabriel e Simão Jatene.
O TEMOR E O PLANO LADO A LADO
Helder teme que fatos políticos de um passado recente se repitam e quer ter a segurança máxima de que se algo der errado em seus planos atuais, ele possa ter um plano B e assim voltar com a tranquilidade ao governo do Pará, para um terceiro e quem sabe, quarto mandato, tornando-se assim o governador mais longevo na história do estado, superando o ex-tucano Simão Jatene, que teve três mandatos de governador, algo inédito no Pará.
Talvez, aí sim, sem Lula afastado pela idade ou outros impedimentos e com mais mosculatura de um verdadeiro “rei do Norte” em destaque nacional, o herdeiro de Jader Barbalho consiga chegar a disputar o cargo de presidente da República, como anseia o pai, a mãe, e quem sabe, os filhos que nasceram em berço de ouro e rodeados da alta classe política brasileira.
QUEM SABE?
Helder não interferiu nas eleições de 2020 em Marituba, mas ao que tudo indica, dessa vez o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, o deputado estadual Chicão (MDB) convenceu o governador de que Patrícia merece ser abraçada pelo MDB e toda a estrutura do governo para ser reeleita e talvez sair um ano e meio depois para disputar uma cadeira na Alepa ou na Câmara dos Deputados, em 2026. Ou quem sabe ela pode ser candidata a vice-governadora na chapa de Hana Ghassan, ou ser de fato a escolhida do governador, como afirmou de forma enfática para a tela de um celular, na conversa pra lá de descontraída dentro do banheiro feminino de uma festa.
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