Por Válber de Almeida Pires*
Notícia bombástica no jornal dos Maiorana diz: “Governo do Pará está com o maior endividamento da sua história”. Um amigo de dentro do governo me aciona: “Válber, se isso for verdade teremos uma COP-30 complicada”.
Conhecedor das entranhas do poder e sabendo que a imprensa não bate em Governo sem terceiras intenções, imediatamente vou checar o Painel de Endividamento dos entes subnacionais do Tesouro Nacional.
Resultado: o índice de endividamento do Pará é de 1,05%, dentro do limite de endividamento que vai até 200% da relação Dívida Consolidada Líquida (DCL) e Receita Corrente Líquida (RCL) -DCL/RCL.
A título de comparação, São Paulo, o estado mais rico da Federação, está com índice de endividamento de 120,04%. Outros estados com PIB maiores que o do Pará, também estão com um índice de endividamento maior: Minas Gerais, 156,37%; Bahia, 35,47%; Santa Catarina, 27,18%; Goiás, 23,59%; Pernambuco, 20,94%; Distrito Federal, 20,13%.
Em resumo, o Pará pode estar, de fato, com o maior endividamento da sua história, mas, nem de longe, encontra-se em situação desesperadora, a ponto de justificar o jornal dos Maiorana afirmar: “nos próximos anos, o estado vai enfrentar uma crise econômica sem precedentes, podendo atingir salários de trabalhadores e até mesmo alcançar os pensionistas do estado”.
Essa conclusão é absolutamente desautorizada pelos números e pela realidade. Mas, para disseminar este terrorismo informativo, algum interesse não publicável há por trás.
Geralmente, notícias deste tipo prenunciam disputas selvagens pela riqueza pública por parte de agentes econômicos também selvagens. Na fórmula desta disputa, está o achatamento de salários de servidores para liberar ainda mais riqueza pública que é transferida a estes agentes.
Os funcionários do estado precisam estar atentos, pois já foi dado um novo grito de guerra contra suas recentes conquistas salariais.
Veja abaixo, a publicação de O Liberal citada pelo sociológo Válber de Almeida Pires:
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