Família denuncia morte de jovem após perseguição e suposto confronto com a PM

João Paulo Fonseca, de 20 anos, morreu após ser baleado durante abordagem policial; pai questiona versão oficial dos fatos.

Na noite de 21 de fevereiro, sexta-feira, João Paulo Monteiro Fonseca, de 20 anos, foi baleado pela Polícia Militar após uma perseguição em Castanhal, nordeste do Pará. O jovem, que trabalhava como vendedor de joias, teria fugido de uma blitz policial devido à irregularidade da moto e à habilitação provisória. Após o confronto, João Paulo foi atingido por disparos e levado à UPA de Castanhal, onde deu entrada somente na manhã de sábado (22). Ele faleceu na madrugada de quinta-feira (27), após uma semana internado.

Segundo o relato do pai de João Paulo, o jovem não teria disparado contra os policiais, como afirmam os agentes. Messias conta que seu filho, temeroso de perder sua moto, tentou fugir, mas se entregou quando estava encurralado na BR-316, ainda em Castanhal. De acordo com o relato, mesmo após se render, João Paulo foi baleado, com um tiro atingindo seu abdômen e outros perfurando o tanque da moto.

A versão policial afirma que houve troca de tiros, mas o pai do jovem contesta a informação, destacando que João Paulo sempre trabalhou ao lado de sua família e não tinha antecedentes criminais. Messias também questiona o atendimento dado ao filho na UPA, onde ele aguardou horas para ser atendido após ser levado pela viatura.

O caso gerou grande comoção na comunidade local, e imagens do momento em que o corpo de João Paulo chegou à residência da família mostram a solidariedade dos vizinhos. O jovem deixa uma filha de 7 meses, e a família busca justiça para esclarecer as circunstâncias da morte. O enterro aconteceu neste sábado (1).

A família de João Paulo tem realizado protestos em Castanhal pedindo justiça pela morte do jovem e cobrando a apuração detalhada dos fatos. Segundo os parentes, estão em busca de entrar com um processo judicial para garantir que o caso seja investigado de maneira imparcial e transparente. A reportagem do portal Estado do Pará Online (EPOL) solicitou uma nota oficial da Polícia Militar sobre o ocorrido, mas até o momento não obteve resposta.

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