Em denúncia recebida pela redação do Estado do Pará Online (EPOL), professores que trabalham no Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e atuam no sudeste paraense, acusam a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de retaliação por apoio a ocupação de povos indígenas na sede da secretaria, em Belém, desde a última terça-feira, 14 de novembro. Os trabalhadores alegam que, curiosamente, o aviso de transferência aconteceu somente para os profissionais que estão em Belém prestando apoio aos manifestantes.
Os manifestantes, que estão há mais de uma semana acampados na capital paraense, pedem a permanência do Some na educação escolar indígena e afirmam ser contrários a conversão de aulas presenciais em remotas por meio do Sistema Educacional Interativo, o SEI.
Remuneração em queda
A transferência de profissionais do Some para o ensino regular impacta diariamente o cotidiano dos profissionais de educação, mas especialmente, a remuneração mensal.
Atualmente, o Governo do Pará paga o maior salário médio do país, no valor de R$ 11.447,48, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas os valores recebidos pelos profissionais do Some são ainda maiores, pois são acrescidos de gratificações de Escolaridade e deslocamento (por atender áreas remotas e/ou de difícil acesso), além de Gratificação de Magistério e Auxílio Alimentação, que podem fazer os salários chegarem a R$ 30 mil mensais.
Desta forma, a transferência abrupta, segundo os professores, para o sistema regular representa uma queda substancial no faturamento dos professores em questão, além de representar prejuízo financeiro pela urgência na mudança de município do profissional, em alguns casos.
O EPOL entrou em contato com a Seduc para esclarecimentos sobre o caso, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
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