Racha entre Helder e Daniel continua repercutindo e impactando partidos

Alessandra Haber Dr Daniel Santos Helder Barbalho Jader Filho

Se engana quem acha que está acabada a crise iniciada este ano, após o Prefeito de Ananindeua, Dr Daniel Santos (PSB) ter se negado a aceitar que o candidato a vice em sua chapa fosse indicado pelo governador Helder Barbalho (MDB).

Ao se negar a aceitar um vice do MDB, Daniel mostrou que não está disposto a aceitar os ditames do governador e muito menos o plano de poder que Helder quer dar continuidade após sua saída do governo do Pará.

Apresentando-se como pré-candidato ao governo em 2026, quando Helder já não poderá mais disputar a reeleição, Daniel deu início ao projeto de tornar-se candidato a governador ainda em 2022, quando ajudou a eleger a médica e então neófita, Alessandra Haber (MDB), como deputada federal. Esposa de Daniel, Alessandra foi a deputada mais votada no Pará em 2022, superando diversos parlamentares com vários mandatos, inclusive a veterana Elcione Barbalho (MDB), mãe do governador Helder e do ministro da Cidades, Jader Filho.

Daniel também sinalizou que está na liderança dos principais rivais da família Barbalho. Em disputas municipais nas eleições deste ano, depois de se reeleger com folga em Ananindeua, o médico que já foi vereador por duas vezes e deputado estadual mais votado em 2018, partiu para a campanha eleitoral nos dois municípios, onde houve segundo turno no Pará: Belém e Ananindeua. Em ambos, Daniel apoiou os candidatos do PL, Éder Mauro e JK do Povão, respectivamente, que acabaram derrotado pelos candidatos apoiados por Helder, Igor Normando e Jose Maria Tapajós.

O alinhamento de Daniel com políticos bolsonaristas é tímido, mas cada vez mais sólido e promissor. A decisão de sua esposa em sair do MDB e buscar outra legenda, visualizava a filiação em um partido que não tenha a influência da família Barbalho, o que no Pará é raro.

PL e PSB seriam duas opções mais prováveis para abrigar a deputada Alessandra Haber, mas os planos tiveram o revés imposto pelo TSE, que negou o pedido de desfiliação da primeira dama de Ananindeua e colocou mais dificuldades para Daniel articular sua campanha contra os interesses da poderosa família Barbalho.

Conforme noticiamos, Alessandra justificou sua decisão mencionando represálias sofridas dentro do partido após o rompimento político de seu marido, Dr. Daniel (PSB), prefeito reeleito de Ananindeua, no Pará.

No documento protocolado, Alessandra afirmou ter sido excluída das atividades do MDB, perdendo a vaga na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, além de não ser mais titular em nenhum colegiado e não receber convites para reuniões do partido. Segundo ela, o rompimento político envolvendo seu cônjuge impactou diretamente sua atuação e posição no MDB, causando “consequências diretas e severas”.

PSB em disputa

Ao noticiar a visita do prefeito eleito em Belém, Igor Normando e o vice Cássio Andrade ao vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) e ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o jornalista João Salame diz em seu site, que o PSB nacional ainda não bateu o martelo para que o partido no Pará continue sobre o controle de Cássio, atual presidente estadual do PSB e que após as eleições retornou à Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, onde deve ficar ate o dia 31 deste mes, para no dia seguinte assumir a vice-prefeitura de Belem.

Cabe lembrar que Salame afirmou em um grupo de Whatspp que foi ele quem articulou a entrada do Dr Daniel Santos no PSB, brindando assim o prefeito de uma possível “falta de partido”, para sua reeleição, desde quando deixou o MDB e evidenciou o racha com Helder.

Considerada uma “jogada de mestre”, a filiação de Daniel ao PSB garantiu o partido para sua sobrevivencia política em 2024 e agora pode, segundo podemos concluir, que o prefeito de Ananindeua posso assumir o comando do partido no Pará, destronando Cássio Andrade, que herdou a presidencia estadual da legenda desde que seu pai “aposentou-se” da política.

Foram recebidos com cordialidade, como é costumeiro da parte de Alckmin e Siqueira. Mas a presidência nacional do partido informou à Coluna que nenhuma decisão foi tomada sobre o comando partidário nessa visita.

João Salame, jornalista.

Tudo tranquilo

Em contato com Cássio Andrade, nossa reportagem foi informada que o presidente estadual do PSB segue tranquilo e confiante em sua reeleição, prevista para ocorrer em Maio do ano que vem, quando João Campos deve assumir a presidência do PSB. Reeleito em primeiro turno, o prefeito de Recife é considerado a maior liderança política jovem do partido e deve suceder Carlos Siqueira.

Vale lembrar que Cássio trouxe João Campos durante o segundo turno nas eleições de Belem, mostrando a boa relação com o provável comandante do partido, que está em plena disputa pelo Prefeito de Ananindeua e o governador do Pará.

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