Em Belém, G20 debate respostas globais ao calor extremo e impactos das mudanças climáticas

Jader Filho afirmou que, se o aquecimento não for combatido, “essas reuniões precisarão ser feitas talvez uma vez por mês”

Representantes do G20 se reuniram em Belém para discutir estratégias contra o aumento das temperaturas globais e suas consequências

Nesta sexta-feira, representantes do G20 se reuniram em Belém para discutir estratégias contra o aumento das temperaturas globais e suas consequências. A reunião, realizada como parte da agenda preparatória para a Cúpula do G20 Brasil, que ocorrerá a partir de 18 de novembro no Rio de Janeiro, reuniu ministros e delegações internacionais com o tema “Respondendo ao Chamado à Ação do Secretário-Geral da ONU sobre Calor Extremo”

Na abertura do último dia de evento, o ministro das Cidades, Jader Filho, participou do Evento Paralelo Ministerial, destacando que o aquecimento global está afetando o Brasil duas vezes mais rápido que a média mundial. Jader Filho afirmou que, se o aquecimento não for combatido, “essas reuniões precisarão ser feitas talvez uma vez por mês”.

O ministro enfatizou a necessidade de conciliar investimentos em infraestrutura e ações ambientais, questionando a durabilidade das infraestruturas no contexto das mudanças climáticas. “Se a temperatura continuar a subir, os investimentos em infraestrutura talvez não suportem os desafios futuros”, alertou ele.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também destacou o impacto das mudanças climáticas, mencionando que o país vive o ano mais quente já registrado, com temperaturas 1,48 graus Celsius acima da média histórica, em parte devido ao fenômeno El Niño.

Góes lembrou que, na Amazônia, a seca transformou rios em bancos de areia, dificultando o transporte e a alimentação de comunidades ribeirinhas. “Diante disso, reforçamos o chamado à ação do secretário-geral da ONU. Precisamos de um esforço urgente e coordenado para enfrentar o calor extremo”, declarou.

As delegações da China, Japão e Indonésia também apresentaram medidas de combate aos efeitos do calor extremo, refletindo a diversidade de desafios e abordagens dos países.

China: tecnologia e realidade local

Representantes chineses reforçaram a necessidade de adaptação de políticas internacionais à realidade de cada país e detalharam uma plataforma tecnológica voltada ao compartilhamento de informações climáticas. Segundo a delegação, a iniciativa visa qualificar comunidades para enfrentar o calor extremo.

Japão: áreas de refúgio e prevenção de doenças

Apesar de não enfrentar ondas de calor intensas, o Japão apresentou medidas para reduzir os impactos de temperaturas elevadas, incluindo áreas de refúgio para milhares de pessoas e ações para prevenir doenças causadas pelo calor. O governo japonês já estabeleceu um plano para redução desses riscos até 2030.

Indonésia: mapeamento de riscos e gestão de secas

A delegação da Indonésia compartilhou experiências no mapeamento de áreas vulneráveis e na construção de barragens e represas para gerenciar secas. A tecnologia é considerada uma ferramenta fundamental para reduzir impactos climáticos no país, destacou a equipe.

A Declaração Ministerial, caso aprovada, será submetida aos chefes de Estado durante a Cúpula do G20, com o intuito de estabelecer uma resposta conjunta e coordenada ao aumento global de temperaturas.

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